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quinta-feira, março 28, 2024

O Trabalho Parou: Prefeitura acumula obras abandonadas pela cidade

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creche urubu 2
Urubu ‘toma de conta’ de obra abandonada pela prefeitura no Miritizal

Mídias sociais e jornais e jornalistas pagos pelo prefeito ficha-suja fazem festa para anunciar mais uma ‘emenda’ parlamentar de Jéssica Sales, desta vez para a construção de um centro poliesportivo em Cruzeiro do Sul.

Soam as trombetas e o anúncio pomposo é finalizado com o epíteto: ‘o trabalho não pára.

Não, pára!

A realidade do município Cruzeiro do Sul passa muito longe do ufanismo dos Sales pai, mãe e filha, bem como de seus vassalos, assessores e serviçais.

Não é de estranhar. Afinal esse é o papel da claque do prefeito. O que estranha muito mais é o silêncio e a cegueira de quem não vê, ou vê, mas não pode dizer o óbvio.

E o óbvio é que o trabalho parou.

O trabalho parou e já faz algum tempo. Pelo menos desde 2013, acumulam-se obras paradas por diferentes tipos de irregularidades, todas elas, cometidas pela atual gestão.

Quem tiver olhos para ver, que veja:

Estádio O Cruzeirão
O Cruzeirão: Obra parada desde 2013. Ministério dos Esportes bloqueou recursos quando detectou irregularidades na execução da obra pela empresa C.P.Rosas, a favorita das licitações da prefeitura.

A obra do Centro Esportivo do Cruzeirão, pela qual a prefeitura recebeu recursos federais encontra-se parada. Deveria ter sido entregue em junho de 2013. Os recursos são oriundos do mesmo Ministério dos Esportes a qual os Sales se ufanam em terem empenhado cinco milhões, mas foram bloqueados por falha na execução do projeto. A empresa executora: C.P. Rosas. Guardem o nome desta empresa, vocês ainda vão muito ouvir falar dela.

Bezerrão1
Abandono: Bezerrão. Cobertura, janelas e paredes arrombadas por usuários de drogas.
bezerrão arrombado
Destinado à prática do esporte, o estádio está servindo como banheiro público e para uso de entorpecentes.

O ginásio do Bezerrão encontra-se abandonado, servindo como banheiro público e para usuários de drogas. A prefeitura diz que não há recursos para recuperá-lo e mantê-lo, mas os assessores comemoram ‘cinco milhões de reais para o supostamente ‘novo’ centro poliesportivo.

Com prazo para ter sido entregue em fevereiro de 2013, a creche do Miritizal, a mais longeva de suas obras, continua inconclusa. CrecheDesta vez foi o Ministério da Educação que não liberou mais recursos por irregularidades no calendário de execução da obra que foi inicialmente licitada para uma empresa de Rio Branco que desistiu. Quem ficou com a obra, foi mais uma vez a C.P. Rosas.

O problema de obras paradas atinge mesmo a ‘menina dos olhos’ da prefeitura: os postos de saúde. No rio Liberdade há uma obra de posto parada. Na comunidade Lagoinha, a obra foi concluída, mas não há como garantir o funcionamento. Fora da área mais central da cidade, em dezenas de postos, o funcionamento é precário e na maioria das vezes apenas ‘para inglês ver’, ou na melhor das hipóteses, com o funcionamento garantido pelo programa Mais Médicos. A maioria dos postos de saúde também foi construído pela mesma C.P. Rosas.

Os motivos e as razões alegadas pela prefeitura não podem ser verificadas pelo simples fato de que praticamente não há transparência na prefeitura de Cruzeiro do Sul. Quem diz isso é a antiga Controladoria Geral da União, extinta pelo peemedebista Michel Temer. Segundo o relatório da CGU do ano passado, a prefeitura administrada pelo ficha-suja Vagner Sales teve a nota de 1,39 em uma escala de zero a dez. Uma das piores do país.

Condenado em três instâncias por peculato (leia-se: desvio de recurso público), Vagner responde a outros quinze processos por improbidade administrativa, já com uma nova condenação em pelo menos um deles.

Mas de fato, em pelo menos um lugar, o trabalho não pára. Na sua fazenda, máquinas trabalham incansavelmente ampliando ainda mais os tanques de um dos maiores complexos de piscicultura da região. Não há sequer ecos de que crise que atingiu a administração pública municipal tenha atingido a sua fazenda, que já teve, em pelo menos duas ocasiões, o uso de máquinas indevidamente apropriadas da administração pública.

O cordel de assessores festejar o ‘empenho’ de cinco milhões de reais é digamos ‘normal’, mesmo que ‘empenho’ signifique quase nada em meio a uma crise como a que estamos vivendo. Mas seria de esperar o mínimo de sobriedade dos órgãos fiscalizadores. Câmara de Vereadores, salvo raras e honrosas exceções, tem prestado vassalagem e aplaudido com o mesmo entusiasmo ufanista de seus assessores a entrada de recursos, mas sem cumprir o seu papel constitucional: a fiscalização na aplicação dos mesmos.

A menos que seja frequentador dos mesmos açudes e matrinxãs, para o cidadão comum, cinco milhões de reais oriundos de recursos públicos nas mãos dos Sales não são razões de festa, mas suficientes motivos para bem mais do que uma pulga atrás da orelha.

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