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Piscicultor da BR 364 quer usar energia eólica para aumentar produção de pescado

Tudo começou com uma brincadeira para seu filho Artur, de quatro anos idade.

“Vou colocar um avião ali”, disse. E montou um catavento que, inicialmente servia apenas para divertir o pequeno Artur.

No entanto, o mecânico Claudevir Alves de Souza, 46, logo percebeu que o catavento movia-se com surpreendente intensidade, praticamente o dia todo. Logo surgiu a ideia de aproveitar aquela força dada de graça pela natureza.

Claudevir cria peixes em dois tanques pequenos. São tambaquis, pirapitingas e até alguns pirarucus. Mas, sem água corrente, o mecânico sabe que não é possível aumentar muito a produção, pois a falta de oxigênio na água acaba por comprometer a qualidade do pescado.

Contudo, para oxigenar os tanques com bombas movidas a energia elétrica tradicional, os custos seriam muito altos, não compensando o investimento.

Foi a partir daí que Claudevir pensou em utilizar a energia dos ventos para oxigenar a água dos tanques.

Com uma parte de um sistema de refrigeração de motor, ele substituiu as pás da hélice original por chapas de zinco cortadas sob medida e as instalou em uma torre de 15 metros de altura. O resultado foi surpreendente.

“Gira com tanta força que não dá segurar”, garante o produtor.

O projeto que ainda está em fase de teste deverá estar concluído em agosto, quando irá instalar uma bomba d’água.

Visita do Governador

O projeto de energia eólica associado à piscicultura chamou a atenção da equipe de governo que fez uma visita à propriedade de Claudevir. Na manhã desta segunda-feira, o governador Tião Viana esteve lá para ver de perto a proeza do mecânico e provar do tambaqui produzido no local.

Entusiasta da piscicultura, Tião Viana aposta na expansão do setor na região do Juruá para começar a movimentar o frigorífico em fase final de construção na Variante. “Estamos nos esforçando ao máximo para inaugurá-lo em agosto”, disse.

A maior preocupação do governo,contudo, não parece ser colocar em funcionamento o frigorífico e sim, ter produção de pescado em escala suficiente para viabilizar a atividade.

A ideia é investir em tecnologia para o aumento na produção. Segundo o governador, a aeração dos tanques possibilita triplicar a produção. Com mais tecnologias agregadas, uma produção considerada normal, entre 4 – 8 toneladas por hectare, pode alcançar até 100 t/ha de lâmina d’água.

Uma iniciativa simples e barata, como a de Claudevir, pode vir a ter um impacto positivo na produção de pequenos e médios produtores da região.

Fonte Alternativa de Energia

Mas Claudevir não espera utilizar a energia eólica apenas para aerar os tanques, pois acredita que haverá excedente para garantir a iluminação da propriedade.

O maior problema das fontes alternativas de energia continua sendo a questão do armazenamento, pois baterias normalmente tem uma capacidade muito abaixo do necessário. Uma possibilidade, é jogar o excedente de energia  produzido de volta para a rede, possibilidade, que, segundo o governador Tião Viana já é disponibilizada através da instalação de um medidor apropriado pela Eletroacre. Com esse medidor, o produtor/consumidor de energia pode descontar a quantidade de energia produzida no final do mês ou até tornar-se um credor da empresa fornecedora de energia.

 

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