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quinta-feira, março 28, 2024

É possível ficar viciado em comida?

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O neuro-psiquiatra Stephen Stahl, da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, há muito que estuda o comportamento de pessoas viciadas nas mais diversas coisas e como isso ‘’mexe’ com os seus cérebros.

A revista brasileira Saúde falou com o especialista que explica que: “começamos a fazer várias coisas porque elas são recompensadoras. Mas, com o tempo, passam de recompensadoras a uma prática excessiva e, por fim, transformam-se num hábito”. E quando isto acontece, acabamos por nos viciar e o cérebro nunca mais é mesmo.

Muitos obesos têm uma compulsão alimentar, ou são viciados em comida. São pessoas que não comem porque estão com fome, fazem-no porque se tornou num hábito mau com repercussões no cérebro.

Mas porque é que o fazem? “Os indivíduos, quando se viciam em comida, não cheiram, não sentem o sabor, não aproveitam e não param. Estão condicionados. Veem um frigorífico e pensam em comer, veem um pacote de bolachas e querem acabar com ele. E quando comem, não aproveitam”, explicou o especialista à revista Saúde.

Quando a pessoa se começa a viciar em algo o cérebro deixa de produzir dopamina, um neurotransmissor do prazer, da mesma forma. Começa a produzir picos de dopamina quando vê uma garrafa de vinho, no caso do alcoolismo, ou quando vê comida no caso da compulsão alimentar. É uma resposta condicionada, só com base na expectativa. E o pior é que, ao beber ou comer, por exemplo, a dopamina nem sobe assim tanto. Ou seja, não há prazer no ato em si quando o sujeito tem uma adição.

Além disso, o cérebro muda a forma como funciona. No vício, a região mais ativada não é uma ligada ao controlo, mas outra vinculada a reações automáticas. É como se entrasse em ‘piloto automático’. Nem percebe que está a roer as unhas, a bater o pé… ou a comer. São hábitos.

E como é que se tratam os vícios? É preciso quebrar o hábito. Infelizmente, explica o especialista, “estamos a começar a entender que as mudanças provocadas no cérebro por um vício podem ser irreversíveis. No entanto, uma nova descoberta talvez bloqueie uma antiga. Ou seja, em vez de tentar fazer o cérebro voltar ao normal, podemos criar um circuito paralelo — e é aí que entra a psicoterapia”.

Com a psicoterapia o paciente aprende a suprimir o circuito do vício sem se livrar dele. Essa pode ser a chave do tratamento. Mas, como sublinha o investigador, ainda se está a estudar o tema.

 

Por Lifestyle.

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