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Assassinatos a mulheres no Acre supera média

A taxa de violência contra a mulher  no Acre está bem acima da média brasileira, segundo os  dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde. São 5,4 mulheres assassinadas ao ano  a cada grupo de 100 mil habitantes.  O MS emitiu uma  notata do “Atlas da Violência 2016” apresentando o o perfil das vítimas de violência no Brasil, com destaque para os homicídios de afrodescendentes, mulheres e jovens.

O Atlas é resultado da parceria entre o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Segundo o levantamento, 4.757 mulheres foram mortas por agressão em 2014, aumento de 11,6% em relação a 2004, quando 3.830 foram assassinadas no país. “Embora esses dados sejam alarmantes, o debate em torno da violência contra a mulher por vezes fica invisibilizado diante dos ainda maiores números da violência letal entre homens, ou mesmo pela resistência em reconhecer este tema como um problema de política pública”, destaca trecho da Nota Técnica.

Diferenças regionais

O estudo ainda chama atenção para a distribuição desigual de mortes de mulheres no país. No estado de São Paulo houve redução de 36,1% nos assassinatos de mulheres no período de 2004 a 2014.

Além do Acre, outros 18 estados apresentam uma taxa de mortalidade feminina acima da média nacional, que é de 4,6 assassinatos por 100 mil: Roraima (9,5), Goiás (8,8), Alagoas (7,3), Espírito Santo (7,1), Mato Grosso (7,0), Sergipe (6,5), Rondônia (6,4), Mato Grosso do Sul (6,4), Ceará (6,3), Pará (6,1), Paraíba (5,7),  Rio de Janeiro (5,3), Paraná (5,1), Pernambuco (4,9), Bahia (4,8) e Amapá (4,8). Já no Rio Grande do Norte, o índice aumentou 333%, com a taxa de homicídios de mulheres no estado chegando a 6 mortes por grupo de 100 mil mulheres.

Os pesquisadores apontam que o enfrentamento da violência contra as mulheres no país requer políticas públicas específicas, capazes de dar conta da complexidade dos casos de mortes associadas tanto à violência de gênero quanto à urbana. “Trata-se de fenômeno distinto da violência letal que atinge os jovens do sexo masculino e exige, necessariamente, ações específicas que considerem os vínculos estabelecidos entre vítima e agressor, relações de dependência financeira e/ou emocional, bem como as redes de atendimento e os serviços disponíveis que possam servir como fator protetivo e garantia de manutenção da vida dessas mulheres”.

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