A promessa do Ministro dos Transportes de Michel Temer de que ‘no dia seguinte’ teriam inicio as obras emergenciais na BR 364 não foi cumprida. Não há uma máquina sequer e muito menos obras ocorrendo no momento na BR 364.
“Agora será diferente, os trabalhos iniciam amanhã e serão concluídos com a ajuda da bancada federal e do presidente Michel Temer”, garantiu o ministro Maurício Quintella durante a solenidade em que estiveram presente o senador Gladson Cameli (PP) e toda a cúpula peemedebista do Acre (exceto os de Alto Acre, a maioria presos pelas Operações Panacéia, Metástase e Homem de Palha, da PF).
Com o aumento das chuvas, a trafegabilidade da rodovia esta a cada dia pior. Os trechos mais críticos encontram-se entre os municípios de Tarauacá e a ponte do Jurupari, além de um trecho particularmente delicado entre a rotatória de Manoel Urbano e a ponte do Purus.
Ao menos dois caminhões transportando frios, verduras e legumes para Cruzeiro do Sul já tombaram no trecho em questão.
Há preocupação entre os médios empresários de um abastecimento aquém da demanda de fim de ano. Já se cogita a realização e um voo Pucallpa- Cruzeiro do Sul para evitar o desabastecimento.
Apenas 10 milhões
Dos 200 milhões de reais anunciados na solenidade do dia 17/11, apenas 10 milhões estão assegurados por hora. Informações extra-oficiais dizem se tratar de recursos que estavam alocados para o anel viário e a ponte de Brasiléia.
Segundo o diretor do DNIT no Acre, Thiago Caetano, existem 10 milhões de reais assegurados para as obras de inverno. Thiago afirma que determinou a visita nesta quarta-feira de uma engenheira do DNIT que irá identificar os pontos mais críticos para o serviço emergencial.
A expectativa é de que as máquinas das duas empresas licitadas estejam no trecho na próxima semana. Nesse momento trata-se basicamente de colocar pedra nos buracos mais profundos e cobri-los com areia.
As obras de restauração, caso sejam assegurados os recursos pelo governo federal, deverão ter início somente no verão do próximo ano, quando estão previstas obras para aumentar a capacidade estrutural da estrada. Nos 80 pontos de erosão identificados será incorporado pedra. Há inda a obra de reconstrução da rodovia, onde será colocada nova base e nova drenagem, além da estabilização dos taludes. Para tal, são necessários recursos que ainda não estão garantidos.
Aprender com os erros
Sobre a atual condição da BR 364, Thiago Caetano diz que o DNIT identificou problemas no projeto, na execução e no uso, e que somente estes três pontos, juntos explicam o problema.
“Em relação aos projetos, entendemos que não foram as melhores soluções escolhidas e por esta razão estamos adotando novas soluções. Problemas de execução estão sendo apurados e não é uma preocupação do DNIT. E houve também problemas de uso, ou seja, excesso de carga praticada por carretas que comprometeram a obra”.
O DNIT deverá adotar uma fiscalização mais intensa. Ao invés de um único engenheiro para a estrada toda, deverão ser formadas comissões com três engenheiros para cada lote e esta fiscalização será alternada.
“Estamos aprendendo com os erros para não cometê-los novamente. Nossa missão é fazer melhor”, conclui.
*Percorri a BR 364 em toda sua extensão Cruzeiro do Sul-Rio Branco entre os dias 3 e 4/12 e pude constatar a ausência de máquinas e obras.