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Jornalistas têm bens bloqueados por extorsão e lavagem de dinheiro

Após denúncia de extorsão, jornalistas são investigados por lavagem de dinheiro, extorsão e formação de quadrilha no Acre. Em coletiva à imprensa sobre a “Operação Zero Hora”, o delegado responsável pelo caso, Roberth Alencar explicou como funcionava o processo de extorsão realizado pelos jornalistas. As investigações buscaram informações desde o ano de 2012, onde encontraram inúmeras informações comprovando o crime.

Os investigados Roberto Vaz, dono do site ac24horas, Ray Melo, editor de Política, e o Bruno Vaz, filho de Roberto confeccionavam reportagens, vexatórias ou benéficas, os investigados fechavam “acordos” com as vítimas com valores entre R$ 2 e 20 mil, informou a Segurança Pública.

Em um dos casos, o proprietário do site estava buscando um acordo para promovê-lo politicamente, onde um político de influência não teve interesse no acordo. “Por conta disso, passou-se a ser publicado no site, várias matérias reiteradas, uma delas dizendo que o irmão dele [do político] tinha sido preso por tráfico, inclusive ameaçaram ele dizendo que havia um Boletim de Ocorrência de estupro, e por conta desses fatos, ele prestou um depoimento e abrimos um inquérito para investigar essa extorsão”, informou Alencar.

Com o início das investigações, foi então provado o ato criminoso, que atingiam várias pessoas de influência. “Passamos a produzir provas derivadas de interceptação telefônica, com quebra do sigilo bancário onde identificamos primeiramente todos os atos preparatórios para essa extorsão, todos os atos de extorsão e os atos pós-extorsão, onde eles tentavam fazer um acordo com um deputado para que não fossem denunciados. Tudo isso ficou provado, o inquérito já está concluído, só que não remetemos inquérito para a justiça porque durante as investigações, observamos que havia outras dezenas de vítimas, mais de 20 vítimas entre deputados, líderes estaduais, municipais e até federais. Instauramos uma nova investigação e passamos a produzir novas provas. Desde 2012 até agora produzimos diversas provas de extorsão e tentativa de extorsão”, informou o delegado.

Segundo Alencar, o dinheiro é movimentado por membros das famílias dos investigados. “Todo o dinheiro adquiridos dessas extorsões, eram manuseados e circulavam com familiares dos investigados. Conseguimos encontrar certa quantidade considerável de moeda estrangeira, onde confrontamos com as declarações de receita, de imposto de renda, o que mostra a grande divergência”, explicou.

Os políticos e empresários pagaram ou estavam sendo pressionados a pagar evitar que determinadas reportagens fossem publicadas, informou a coletiva da Segurança.

No total foram cumpridos três mandados de busca e apreensão, além de ordens judiciais determinando medidas cautelares diversas da prisão dos suspeitos. Durante a operação foram apreendidos computadores, celulares, documentos, dinheiro (moeda nacional e estrangeira), cinco veículos, sendo um Honda City, pertencente ao atual prefeito de Cruzeiro do Sul, suposta vítima, entre outros objetos.

Os investigados vão responder pelos crimes de extorsão qualificada, nas formas tentada e consumada, crimes contra a honra e lavagem de dinheiro.

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