Na última sexta-feira (27), o vereador cruzeirense Elenildo Nascimento (PP), em entrevista à um site da capital, confirmou a candidatura de Gladson Cameli (PP) ao governo do Estado.
Nada de anormal já que, desde as eleições do ano passado, o próprio Senador vem dando sinais de sua pretenção em pleitear o cargo mais importante do Estado em 2018.
O inusitado fica por conta da confirmação pública de sua candidatura ter sido feita por um vereador acusado pelo MPF (Ministério Público Federal), de participar de uma quadrilha que comandava suposto esquema de compras de votos através da entrega de carteiras de pescador para pessoas que não vivem da atividade e que passavam a condição de beneficiários do Seguro Defeso.
Não pegou nada bem para imagem de quem almeja se tornar Governador do Estado.
ENTENDA O CASO
A investigação teve início em setembro de 2011, a partir de interceptações telefônicas de parlamentares e presidentes de colônias de pescadores com suposto envolvimento em esquema de compra de voto e apoio político em benefício do Partido Progressista (PP).
Entre os investigados estão o presidente da colônia de pescadores e vereador de Cruzeiro do Sul, Elenildo da “Pesca”, bem como o secretário da pesca Sami Pinheiro.
Segundo documento do MPF, as interceptações telefônicas evidenciam negociações envolvendo a admissão dos registros de forma fraudulenta, bem como, em troca de favores políticos.
Em uma das interceptações telefônicas foi registrado uma conversa entre Sami e Elenildo. Onde Sami menciona que, “das 2.000 famílias associadas à Colônia de Pescadores de Cruzeiro do Sul, se trabalhar 1.000 delas, teremos votos que não tem onde botar.”
Em outra interceptação, desta vez entre Elenildo e um suposto “pescador” chamado João, Elenildo acerta a renovação das carteiras (RGP) de João e de sua mulher, ao mesmo tempo ordena que os mesmos transfiram seus títulos eleitorais para Cruzeiro do Sul.
Também registraram o fornecimento de notas fiscais e relatórios de pescas falsos por parte da colônia de pescadores.
