Trafegar pela BR 364, em direção ao interior do estado tem se tornado um desafio amargo e perigoso. A rodovia, que corta o Acre de Rio Branco a Cruzeiro do Sul, está na sua situação mais crítica.
Da capital até Feijó, um trecho de 423 km, oferece condições precárias de tráfego, muito buraco, lama e nenhum infra estrutura. Os primeiros 144 km entre Rio Branco e Sena Madureira exibem o que as chuvas provocaram. São longos trechos de buracos onde a lama tomou o lugar do asfalto e a erosão avança pista adentro.
A viagem, que antes era concluída em no máximo duas horas, hoje, devido a precariedade da estrada, não duram menos que três horas. Seguindo em direção ao interior, o trecho de 87 km de Sena ao trevo de acesso a cidade de Manoel Urbano não é diferente.
Da ponte do Caeté até a majestosa ponte do Purus, o cenário é o mesmo: lama, buracos e mato invadido a pista.
O tráfego constante de veículos de grande porte colabora para danificar ainda mais a rodovia, única via de ligação para quem mora no interior do Acre.
Depois do acesso a Manoel Urbano, vem um dos trechos mais críticos. Até chegar a cidade de Feijó, o motorista vai precisar de muita perícia ao volante e paciência. São tantos buracos, que as vezes a impressão é a de que não se está trafegando em uma rodovia federal, mas um ramal que ha muito tempo não recebe manutenção.
” O que eu ouvia lá fora era que essa estrada estava um pouco complicada, mas não desse jeito. Essa viagem deveria durar três dias, e já estou a uma semana nessa região”, disse o carreteiro Osmar Gramel, que mora em Cuiabá e que foi levar um carregamento de combustível para Feijó.
Há quase dois anos a manutenção da 364 está sob a responsabilidade do DNIT, que anunciou, somente em abril de 2017, o início de várias frentes de serviço para recuperar os trechos críticos. De Rio Branco a Feijó, não há nenhuma equipe atuando na rodovia. O único canteiro de obras montado ao longo do trecho pertence a empresa TCM, erguido na saída de Sena Madureira sentido Manoel Urbano. Lá, estão máquinas e caminhões, mas na estrada, pelo menos por enquanto, a empresa não vem trabalhando.



