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Mortes entre negros aumenta 60% no Acre

An armed man stands beside the body of one of the sixty-nine black South Africans killed by police in the massacre at Sharpeville, South Africa, March 21, 1960. The massacre was provoked by peaceful demonstrations against laws requiring blacks to carry passes at all times. (Photo by Central Press/Getty Images) format landscape;corpse;male;Death;Africa;CP M 136676;KEY/SUBJECT/POLITICS/RIOTS/SOUTH AFRICA/SHARPEVILLE/1960 cadaver civil rights human South African

Dados divulgados pelo Atlas da Violência 2017 mostram que de cada 100 pessoas que sofrem homicídio no Brasil 71 são negras. A estimativa é que um cidadão negro possui chances 23,5% maiores de ser assassinado em comparação com cidadãos de outras raças/cores – já descontado o efeito da idade, sexo, escolaridade, estado civil e bairro de residência.

No Acre, o aumento no número de homicídios entre os negros nos anos de 2005 e 2015 foi de 69,8%, enquanto o de indivíduos não negros diminuiu em 25,0%. O número mais alarmante aparece no Rio Grande do Norte, onde no mesmo período o aumento foi de 331,8%. Ao calcular a probabilidade de cada cidadão sofrer homicídio, os autores da pesquisa concluíram que os negros respondem por 78,9% dos indivíduos pertencentes ao grupo dos 10% com mais chances de serem vítimas fatais.

Esse caráter discriminatório que vitima proporcionalmente mais a juventude negra também foi documentado no estudo “Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência e Desigualdade”. Neste trabalho, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública incorporou um indicador de desigualdade racial ao indicador sintético de vulnerabilidade à violência dos jovens (mortalidade por homicídios, por acidente de trânsito, frequência à escola e situação de emprego, pobreza e desigualdade).

Foi constatado que em todas as Unidades da Federação, com exceção do Paraná, os negros com idade entre 12 e 29 anos apresentavam mais risco de exposição à violência que os brancos na mesma faixa-etária. Em 2012, o risco relativo de um jovem negro ser vítima de homicídio era 2,6 vezes maior do que um jovem branco.

O Atlas da Violência 2017 foi elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), levando em consideração o comparativo de dados de 2005 a 2015.

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