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sexta-feira, abril 26, 2024

Juruá sedia Primeira Conferência Indígena da Ayahuasca

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Cena da animação ‘Aware Nane Putani’ – Mito que conta a origem do uso da ayahuasca entre os povos pano

Entre os dias 13 e 17 de dezembro, acontece a 1° Conferência Indígena da Ayahuasca. O encontro será na Terra Indígena Puyanawa, em Mâncio Lima –AC, extremo oeste da Amazônia Brasileira.

A conferência recebe o nome Yubaka Hayra, que em Hatxa Kuin (língua do povo Huni Kuin, grupo indígena mais numeroso do Acre) significa aproximadamente ‘Conversando sobre o que é certo’.

A proposta da realização de uma conferência indígena da ayahuasca ganhou força após a realização da Segunda Aya Conference, em Rio Branco-AC, em outubro de 2016. Na ocasião, os povos indígenas manifestaram por meio de uma carta, suas preocupações com o processo de expansão do uso da bebida e a patrimonialização da mesma.

A intensão é de que representantes dos 14 povos indígenas do Acre, participem do evento, além de representantes do Chile e Equador e pesquisadores da ayahuasca.

Regulamentação

Uma das possíveis discussões será sobre a busca por caminhos que garantam a livre circulação dos pajés com a ayahuasca. No Brasil, a regulamentação de uso e transporte da bebida está vinculado ao seu uso religioso, difundido pelas chamadas religiões ayahuasqueiras.

No caso das comunidades indígenas o aspecto religioso/espiritual está integrado ao uso cultural tradicional e autônomo da ayahuasca. Contudo, com o crescente interesse do meio urbano pela ritualística indígena tradicional, cresce também a importância e a necessidade de regulamentar e normatizar a circulação da bebida e seus facilitadores.

Luis Nukini, coordenador da FUNAI no Juruá: ayahuasca está na base da organização social e política de muitos povos.

“A ayahuasca está na base da organização social e comunitária de muitos povos indígenas. Sem essa relação com a espiritualidade através da ayahuasca, percebemos que há uma fragilização da organização social”, explica Luis Nukini, coordenador regional da FUNAI  – Alto Juruá.

Hoje, o transporte de pequenas quantidade de ayahuasca por indígenas é apenas tolerado a partir de um entendimento informal da Polícia Federal.

Além da ayahuasca, o kambô, ou vacina do sapo, também será tema dos debates.

Organizadores

O encontro é organizado pela OPIRJ, OPIRE e OPITAR (Organizações que presentam respectivamente os Povos Indígenas do Juruá, Envira e Tarauacá) e recebe o apoio institucional da FUNAI, IFAC (Instituto Técnico Federal do Acre) e SESAI (Secretaria de Saúde Indígena).

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