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Governo apresenta ações efetivas das forças de segurança do estado

Em entrevista coletiva nesta quinta-feira, 12, o governador Tião Viana apresentou resultados e ações em andamento das forças de segurança do estado no combate à violência e ao crime organizado.

O governador apontou ainda a necessidade urgente de combate ao narcotráfico nas fronteiras do estado com o Peru e a Bolívia, que é atribuição do governo federal e uma das principais causas do fortalecimento de organizações criminosas.

O governador iniciou a coletiva apresentando a Operação Ilha Grande, “maior operação policial já realizada em Cruzeiro do Sul”, que está em andamento a partir da manhã desta quinta-feira e tem como foco principal prender membros de grupos ligados ao narcotráfico.

“Estamos executando 143 prisões, busca e apreensões, com o empenho de mais de 120 homens das polícias Civil e Militar. Isso vem de um estudo de inteligência de quatro meses”, afirmou Tião Viana, lembrando que há outras operações no mesmo sentido que já foram executadas este ano e ainda entrarão em curso.

Ao mostrar o tamanho da operação conjunta do Sistema Integrado de Segurança Pública (Sisp), que conta ainda com apoio do Exército Brasileiro, Tião Viana pontuou que esse é um esforço para além da capacidade do Estado. “Mesmo diante da omissão do governo federal no controle das fronteiras, estamos fazendo o esforço além da nossa capacidade para reduzir e travar esta onda de violência que se abate no Brasil inteiro.”

O governador vem cobrando constantemente a presença da União no seu dever constitucional de controle das fronteiras e em ações conjuntas e programadas para acabar com o tráfico de drogas nos rios, estradas e matas do Acre.

O livre tráfico nas fronteiras é uma das principais causas do fortalecimento das organizações criminosas, que estão em uma luta por território em todo o país, causando um grande aumento nos índices de homicídios.

Outro ponto da coletiva foi a divulgação de que 25 membros do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen) estão sendo exonerados devido a ações ilícitas. “Esses 25 membros estavam contaminados e agindo com condutas fora dos padrões éticos do direito administrativo. Essas medidas de forças são necessárias e inadiáveis. Aqui no Acre não toleramos essa força do crime que atinge todo o Brasil”, disse o governador.

Fazendo parte da ação estratégica do governo do Estado no combate à violência, na capital Rio Branco também está ocorrendo diariamente a Operação Saturação, fazendo uma ocupação organizada nos bairros da cidade.

Cerca de 140 policiais compõem essa operação diariamente, gerenciada pela Polícia Militar, com apoios da Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Iapen e dos batalhões de Policiamento Ambiental e de Operações Especiais e da Companhia de Rondas e Ações Intensivas e Ostensivas (Raio).

Conquistas para a segurança

O governador pontuou as diversas conquistas que o governo do Estado conseguiu para o setor de segurança, principalmente na valorização dos agentes e policiais.

Na quarta-feira, 11, a Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) aprovou a proposta do governo que organiza todas as vantagens como adicionais e gratificações dos militares, incorporando-as ao cálculo do vencimento básico dos profissionais.

A aprovação da lei vai beneficiar soldados e oficiais em ativa, além dos que já estão na reserva, o que torna o Acre o nono estado do Brasil a conseguir implantar esse modelo de composição salarial.

Vale lembrar que em 2010 o valor do salário inicial de um militar era R$ 1.864,01. Com a última parcela do reajuste concedido aos profissionais, que será paga neste mês, o salário base de um soldado passa a ser de R$ 5.007,40, além da renda extra possível com o banco de horas. Outros ganhos também devem ser ressaltados, como o fato de o salário dos militares ter saltado do 23° para o quinto lugar no ranking do país.

Intervenção federal

Quando questionado sobre o pedido de alguns parlamentares federais por uma intervenção federal no Acre, o governador foi taxativo em demonstrar que esse modelo que ocorreu no Rio de Janeiro no último ano não teve sucesso. “Este é um ato de muita gravidade, que traduz como irresponsabilidade e um ato que não traz boa fé nem respeito às forças policiais e à dor das famílias”, disse.

Em um estudo divulgado após quatro mês do decreto presidencial que inicia a intervenção no estado fluminense, o Observatório da Intervenção Federal, vinculado ao Centro de Estudos de Segurança e Cidadania, da Universidade Cândido Mendes, mostrou que os tiroteios aumentaram 36% durante esse período.

O governador apontou ainda que, mesmo com a intervenção, ocorrem muitas mortes de policiais no Rio de Janeiro, algo que deveria cessar em uma ação de sucesso. O mesmo estudo do Observatório da Intervenção Federal mostra que em três meses 31 policiais e um militar foram mortos.

“Não se brinca com segurança pública. Estamos lidando com a defesa da ordem pública e a prevenção das mortes”, afirmou Tião Viana, explicando que ele tem cobrado que o governo federal cumpra com seu dever ao agir na fronteira e que ponha em prática as ações integradas, juntando as polícias Militar, Civil, Federal e os órgãos de inteligência para atacar com eficiência as organizações criminosas ligadas ao narcotráfico, que causam a grande parte da violência vivida no país.

Tião Viana, em outubro do último ano, realizou o Encontro de Governadores do Brasil pela Segurança Pública e Controle das Fronteiras, em que os chefes do executivo de 20 estados brasileiros se uniram para propor um debate conjunto com a União. Inclusive, propondo a criação do Sistema Único de Segurança Pública e o Fundo de Segurança Público, aprovados recentemente no Congresso Nacional.

“A origem do mal é a passagem do narcotráfico, com drogas produzidas no Peru e na Bolívia”, afirmou o governador, explicando que a necessidade do controle das fronteiras é, sim, urgente e mais necessária que uma intervenção federal.

Só no Acre, mais de 10 rios estão livres para o transitar de traficantes, pois o Exército Brasileiro não tem investimentos necessários por parte da União para agir de forma eficiente. “Como podemos combater o narcotráfico, que é origem dessa violência, com apenas 35 homens da Polícia Federal em Cruzeiro do Sul?”, questiona Tião Viana.

Ilha Grande

A Segurança Pública do Acre realiza nesta quinta-feira, 12, a Operação “Ilha Grande”, em Cruzeiro do Sul e outras 4 cidades. Policiais civis dão cumprimento a 253 mandados de prisão e 100 de busca e apreensão, que têm como principal objetivo combater os crimes de organização criminosa, tráfico de drogas, posse e porte ilegal de armas de fogo.

A operação “Ilha Grande” foi articulada após um trabalho investigativo que durou 5 meses desenvolvido pelo Departamento de Inteligência (DI) e Núcleo da Delegacia de Combate ao Crime Organizado no Juruá (DECCO), com apoio de equipes da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) da Polícia Civil, que identificaram membros de organização criminosa que estariam agindo na região, fora do Estado e do país.

No Juruá, a ação policial segue realizando incursões em Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Rodrigues Alves, Marechal Thaumaturgo e Porto Walter, além do Estado Santa Catarina e no país vizinho Peru.

Em andamento, a operação policial já prendeu 90 pessoas, apreendeu droga, armas e, também, mais de R$ 10 mil em espécie asfixiando e descapitalizando o crime e seguindo para o cumprimento de sua integralidade.

Essa é a maior operação de cumprimento de mandados já realizada no interior do Estado, especificamente na região do Juruá, envolvendo 8 escrivães, 4 peritos criminais, 8 delegados, 110 agentes de Polícia Civil e 30 viaturas, além de embarcações tipo para o suporte às ações em rios da região.

Da Redação

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