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sábado, maio 11, 2024

Baixo nível do Rio Juruá compromete navegação

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As balsas que trazem mercadoria dos estados do Amazonas (AM) e Rondônia RO) para o município de Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, deixaram de operar há mais de três meses e as embarcações menores viajam com dificuldade devido o baixo nível do Rio Juruá.

De acordo com os ribeirinhos, o tempo para chegar aos municípios, que têm o rio como via principal de acesso, dobrou durante esse período do ano.

Cruzeiro do Sul é considerada uma cidade pólo entre sete municípios do Vale do Juruá. Além de Rodrigues Alves, Mâncio Lima, Porto Walter e Marechal Thaumaturgo, no Acre, os municípios de Guajará e Ipixuna, no Amazonas, também mantém uma relação comercial e dependem de serviços essenciais da segunda maior cidade acreana.

A relação entre toda a região se dá principalmente pelo Rio Juruá, no entanto, desde o início do mês de agosto que o baixo volume de águas tem causado prejuízos para o abastecimento de cidades como Porto Walter, por exemplo, que, além de cargas, depende dos recreios para o acesso da população de baixa renda aos outros municípios.

Os batelões que transportam grande quantidade de passageiros estão parados e até embarcações menores que ainda conseguem navegar encontram dificuldade para chegar ao destino. No momento, os navegantes que levavam em média 36 horas para chegar a Porto Walter atualmente demoram 72 horas para fazer o mesmo percurso.

Altemar Silva viaja há dez anos e trabalha com o transporte de cargas pelo Juruá. Ele abasteceu seu batelão com 150 sacos de cimento para deixar o porto de Cruzeiro do Sul em direção a Porto Walter na tarde deste sábado (8). Silva conta que, em muitos locais, é preciso descarregar o batelão para passar pelos bancos de areia.

“Em muitos locais encontramos praias que tomam praticamente todo o rio, fica só o canal raso para a gente passar. A dificuldade é grande”, relatou.

Na viagem para o município de Marechal Thuamaturgo, que se fazia em quatro dias no período de cheia, atualmente a demora é de oito dias, de acordo com Silva. Para a cidade de Ipixuna (AM), os ribeirinhos afirmam que encontram as mesmas dificuldades. José Cundes é proprietário de um barco pesqueiro. Segundo ele, para não ficar no meio da viagem, teve que reduzir pela metade a carga que transporta em seu batelão que tem capacidade para 16 toneladas.

“Sempre tem um raso que não passa de jeito nenhum se for lotado. Só passa se levar no máximo 8 toneladas. Mesmo assim, várias vezes já passei uma hora, duas horas, até meio dia encalhado. É muito difícil viajar nesse período”, lamenta Cundes, que trabalha no rio há mais de 30 anos. G1.

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