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sexta-feira, abril 26, 2024

Após vitória de Bolsonaro, dólar ganha força e passa a subir

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Após a euforia do início da sessão, a Bolsa e o real perderam força no fim da manhã desta segunda-feira, em pregão volátil marcado pela reação à vitória de Jair Bolsonaro (PSL) nas eleições presidenciais de domingo. Na Bolsa B3, o índice de referência Ibovespa, que chegou a subir 3,1% e bater novo recorde histórico de pontos, foi para o terreno negativo e agora recua 1,98%, aos 84.046 pontos. No câmbio, o dólar comercial, que chegou a recuar a R$ 3,58 no início da sessão, agora sobe 1,64%, cotado a R$ 3,715 para venda.

O mercado já tinha antecipado e “precificado” a vitória do Bolsonaro. Então, com a euforia da abertura dos negócios hoje, quem já estava posicionado há alguns dias nos principais papéis e no real aproveitou o momento para sair. Realizaram lucros. Por isso que o desempenho positivo perdeu força — explicou Luiz Roberto Monteiro, operador da corretora Renascença. — Agora, vamos ficar de olho em eventos como a nomeação de ministros, de presidentes de BC e BNDES e nos próprios balanços das empresas.

Com a expectativa de vitória de Bolsonaro, os investidores anteciparam possíveis avanços na agenda de reformas de impacto fiscal. Na visão deles, a derrota do candidato do PT, Fernando Haddad, afasta a possibilidade de implementação de políticas contrárias aos interesses do mercado financeiro.

Para Ari Santos, gerente de renda variável da corretora H.Commcor, como o cenário traçado se confirmou, os investidores passam a embolsar os ganhos dos últimos pregões. O andamento da formação da equipe econômica, das refromas econômicas e os dados da economia deverão ditar os rumos da Bola daqu para a frente.

— A queda de hoje não é surpresa. É normal uma realização porque o mercado já vinha antecipando o resultado. A maior parte dos papéis mais negociadas acumula alta forte, de mais de dois dígitos no mês — disse. 

Essa piora no Brasil também acompanha os mercados externos. Nos Estados Unidos, o Dow Jones cai 1,21% e o S&P 500, 0,76%.

Já o risco-país associado ao Brasil e medido pelo CDS ( credit default swap , espécie de seguro contra calote do país) cai de 207 para 200 pontos. É o menor nível desde maio.

No câmbio, o real se favorece de dia positivo para moedas emergentes como um todo, com divisas como a lira turca, o rand sul-africano e o peso argentino também ganhando força ante o dólar.

Juros do Tesouro Direto recuam

Os juros futuros também demonstram alívio dos investidores com a vitória do ex-capitão do Exército. O contrato DI com vencimento em 2023 recua de 9,35% para 9,12%. O que vence em 2025 cai de 9,91% para 9,66%. Os agentes do mercado financeiro, em sua maioria, acreditam que a agenda de reformas e de redução do tamanho do Estado na economia reduzirá a necessidade de elevação de juros.

Também recuam os juros pagos pelo Tesouro Direto, programa do governo que oferece pela internet o investimento em títulos públicos a pequenos investidores. As taxas dos títulos indexados à inflação, os Tesouro IPCA, com vencimento em 2024 caíram de 4,78% ao ano (mais inflação), na sexta-feira, para 4,56% esta segunda-feira; os com vencimento em 2035 e 2045 recuaram de 5,21% para 5,03%. Nos papéis prefixados, os juros do título com prazo em 2021 recuam de 8,24% para 8,03%; no Tesouro Prefixado 2025, a taxa cai de 9,98% para 9,59%. Com a queda dos juros, os investidores que adquiriram os papéis no passado veem seu patrimônio se valorizar. 

Na Bolsa, as ações preferenciais (PN, sem direito a voto) da Petrobras passaram a operar em queda de 3,84%. O recuo é de 3,17% nos papéis ordinários (ON, com voto). 

Entre as quedas, a maior é registrada pelos papéis da Cemig, que afundam 6,56%. Também caem de forma expressiva os papéis da Vale, com desvalorizaçao de 4,08%.

Fora do Ibovespa, as ações da fabricante de armas Forja Taurus avança 3,7%, a R$ 11,70, após acumular alta de mais de 400% nos últimos 12 meses com a expectativa de que Bolsonaro flexibilize, como prometeu, a legislação sobre posse de armas de fogo.

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