O Outdoor que trazia o nome e imagem dos parlamentares que votaram pela Emenda Constitucional 95, que congela por duas décadas investimentos em áreas essenciais como saúde e educação, amanheceu vandalizado na última segunda-feira, 1º.
A placa trazia os nomes e as rostos dos deputados federais Alan Rick (DEM), Jéssica Sales (MDB) e Flaviano Melo (MDB) e do senador Sérgio Petecão (PSD), que disputam reeleição no próximo domingo, 7. Também aparecem no outdoor os candidatos a governador e vice-governador do Acre Gladson Cameli (Progressistas) e Major Rocha (PSDB). Estes votaram pela EC 95 enquanto ocupavam mandato de senador e deputado federal, respectivamente.
Agora, quem passar pelo outdoor vai encontrar nomes e imagens dos candidatos encobertos por tinta branca (Foto abaixo). A autoria do ato é desconhecida. O Sinasefe informou que vai reescrever os nomes na placa. Um painel idêntico também foi instalado em Rio Branco e segue intacto (Foto acima).
Os outdoors foram instalados nos últimos dias e informam que os seis parlamentares “vão pedir seu voto pra continuarem atacando os trabalhadores por mais quatro anos”.
A seção em Rio Branco do Sinasefe tem encampado nas instituições de ensino do Acre a luta contra a EC 95. Em setembro, membros da entidade fizeram panfletagem para esclarecer estudantes, servidores e professores sobre os efeitos da medida, proposta e sancionada pelo presidente Michel Temer após aprovação no Congresso – onde tramitou como PECs 241, na Câmara, e 55, no senado, com o apoio dos parlamentares que aparecem no outdoor.
Também conhecida como emenda do teto de gastos – ou PEC da maldade e da morte, quando ainda tramitava no parlamento –, a EC 95 alterou a Constituição brasileira para implementar a nova política fiscal que limita os investimentos públicos em diversas áreas. Os gastos com educação e saúde, por exemplo, ficam restringidos aos mesmos valores gastos no ano anterior, corrigidos pela inflação. Diversos setores da sociedade vêm reagindo ao congelamento.
“A EC 95 é um instrumento jurídico neoliberal de precarização progressiva dos serviços públicos prestados pelo Estado às camadas menos favorecidas que compõem a enorme maioria da população brasileira até sua total inviabilização prática”, disse uma nota emitida pelo Sinasefe no último dia 12. A justificativa para a aplicação do teto de gastos, de acordo com o sindicato, é precarizar serviços públicos para, futuramente, legitimar privatizações.
