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quinta-feira, abril 25, 2024

Pagamento do 13º salário injeta R$ 211,2 bilhões na economia

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O pagamento do 13º salário vai injetar R$ 211,2 bilhões na economia brasileira até dezembro. O valor representa cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, beneficiando cerca de 84,5 milhões de trabalhadores do mercado formal, inclusive aposentados, pensionistas e empregados domésticos.

As estimativas do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontam um rendimento adicional de R$ 2.320,00, com fonte na relação anual de Informações Sociais (Rais) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.

Os trabalhadores do mercado formal representam 48,7 milhões, ou 57,6% do total beneficiados pelo pagamento do 13º salário. Os empregados domésticos são 1,8 milhão, ou 2,2% do total. Os aposentados e pensionistas representam 34,8 milhões, ou 41,2% do total. Dos R$ 211,2 bilhões pagos, os empregados do mercado formal ficarão com 66%, ou R$ 139,4 bilhões. Os aposentados e pensionistas receberão R$ 71,8 bilhões, ou 34%.

Regiões

Os estados da região Sudeste ficarão com 49,1% do pagamento do 13º salário, seguido pelos estados do sul com 16,6%, Nordeste com 16%, Centro-oeste com 8,9% e Norte com 4,7%. O beneficiário com o maior valor médio (R$ 4.278,00) será pago no Distrito Federal e o menor no Maranhão (R$ 1.560,00) e Piauí (R$ 1.585,00).

A maior parcela que será paga aos assalariados do setor de serviços (incluindo administração pública), que receberão R$ 137,1 bilhões, ou 64,1% do total destinado ao mercado formal. Os empregados da indústria receberão 17,4%, os comerciários 13,3%, enquanto que os da construção civil ficarão com 3,1% e da agropecuária com 2,1%. O valor médio do 13º salário do setor formal ficará em R$ 2.927,21, sendo que a maior média será paga aos trabalhadores do setor de serviços com valor de R$ 3.338,81 e o menor para os trabalhadores do setor primário da economia, com R$ 1.794,86.

A economia paulista receberá cerca de R$ 60,7 bilhões, ou 28,8% do total do Brasil. Os beneficiados são estimados em 21,6 milhões, equivalente a 25,6% do total.

O que fazer

O 13º salário foi criado em 1962, para ajudar os trabalhadores nas festas natalinas e nas despesas fixas do início do ano seguinte, como mensalidades e matrículas escolares, IPTU, IPVA, entre outros, explicou Reinaldo Domingos, educador e terapeuta financeiro do Canal Dinheiro à Vista. “Com o passar do tempo, isso foi se perdendo, principalmente devido ao crédito fácil e às ofertas das instituições financeiras para o adiantamento do 13º”. O que era um extra, agora é ansiosamente aguardado para pagar dívidas. “O dinheiro já faz parte do orçamento para o equilíbrio financeiro”, reiterou Domingos.

Ao receber o 13ª, o trabalhador deve, então, priorizar as dívidas. Ele alerta, no entanto, que essa medida é apenas um paliativo. “Ataca o problema e não a causa. Se alguém gasta mais do que ganha, tem de descobrir o motivo do descontrole. Não tem outra saída a não ser adequar o salário ao padrão de vida, em conjunto com a família. O controle não funciona se um apertar o cinto e o outro continuar esbanjando”, destacou.

A aposentada Maria Gonçalves, 66, é do tipo que sabe economizar. “Seguro tanto os gastos desnecessários que tem gente que pensa até que eu sou rica. Sempre tenho algum guardado”, destacou Maria. Com o 13º, ela vai fazer obras no telhado e na cozinha da casa. Já o casal Amanda Letícia Lima, 25, e André Luiz Tengaten, 38, vai esquecer das dívidas até janeiro chegar. “Nesse fim de ano, vamos comprar presente para nosso filho, Luiz Miguel, de 1 ano, e roupa para nós”, disse Amanda. “A gente fica o ano inteiro na pressão. Chega uma hora que é preciso relaxar. Hoje já começamos a gastar o dinheiro do PIS que recebemos na semana passada”, justificou Tengaten.

O casal Abelardo Américo, 50, e Natasha Oliveira, 22, do Acre, está focado no tratamento de saúde do filho Lardo, de 1 ano. “Viemos para organizar a cirurgia cardíaca dele. Estamos na fila, já na reta final. Como temos que ficar próximos ao HRAN, para atender ao chamado a qualquer hora, tivemos de alugar apartamento no Plano Piloto”, destacou Américo. “A prioridade é o bebê. Fazemos o necessário por ele. Mas o aluguel aqui é muito caro”, reclamou Natasha.

Qualquer pessoas pode ser surpreendida com imprevistos. Por isso, segundo Cléber Américo Castro e Souza, planejador financeiro pessoal, é importante ter uma reserva financeira. “Ninguém está livre de passar por um momento difícil como enfermidade pessoal ou familiar ou desemprego. Sendo assim, podemos nos planejar para muitos desses eventos. Por essa razão, ter uma reserva financeira é uma forma de estar mais seguro no caso de passar algum perrengue”, reforçou.

Dicas

Especialistas indicam o que fazer com o dinheiro extra

»  Primeiramente, pague as suas dívidas

»  Se não tiver dívidas, antes de consumir, guarde uma parte do dinheiro

»  Fazer uma reserva será importante para bancar os compromissos do início do ano (IPTU, matrícula e material escolar)

»  Quem deseja viajar ou comprar um bem de alto valor ao longo do ano que vem também deveguardar o recurso

»  Endividados, antes mesmo de usar o recurso para abater dívidas, precisam descobrir os motivos que os levaram à inadimplência

»  Para, então, fazer uma faxina financeira e eliminar os supérfluos

»  Feito isso, o próximo passo é adequar o padrão de vida ao salário

Agência Brasil.

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