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sexta-feira, abril 26, 2024

Acre tem respeitado e valorizado os povos indígenas, afirma liderança puyanawa

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O fortalecimento e apoio à cultura e tradição dos povos indígenas do Acre é uma política pública constante no governo do Estado nos últimos 20 anos. A celebração em festivais e encontros e o crescimento da produção agrícola nas comunidades são sinais do intenso diálogo entre o Estado e as aldeias acreanas.

Aqui, os povos tradicionais são tratados com respeito e investimento público para suas atividades e participam com altivez na construção dos projetos. Na aldeia Barão, do povo puyanawa, em Mâncio Lima, é possível vivenciar essa história de resistência cultural e diálogo com o poder público para uma completa transformação da comunidade.

“Hoje, há uma constatação de realidade do reavivamento da nossa cultura e espiritualidade”, afirma Joel Puyanawa, cacique na aldeia Barão. Ele relata uma longa história de superação de seu povo após a dominação sofrida com a chegada de grupos para exploração da borracha e a criação de fazendas na região amazônica no início do século passado.

Os ciclos de exploração econômica da Amazônia e a transformação da espiritualidade indígena em pecado por grupos religiosos devastaram aldeias inteiras. Até a década de 1980, os indígenas acreanos eram excluídos da sociedade e das políticas públicas, realidade que mudou após a força revolucionárias de lideranças que estiveram juntos do seringueiro Chico Mendes.

A atitude fundamentalista de grupos religiosos dentro das terras indígenas passou a dar espaço para o resgate da espiritualidade de cada povo. O resgate cultural e espiritual é também um renascimento de uma comunidade. “De 2010 para cá comecei a tomar a ayahuasca. Essa bebida tem trazido de volta nossa espiritualidade, cultura e tradição, o incorporação de saberes de todo o meu povo, mesmo que nem todos bebam a ayahuasca”, explica Joel.

Parte deste fortalecimento e resgate foi realizado com apoio do governo do Estado desde o início dos anos 2000. Já na gestão de Tião Viana, os investimento para os povos indígenas foram intensificados, garantindo ampliação na educação, agricultura, gestão territorial e a realização de festivais culturais.

“Em toda jornada da vida, a gente nunca é só. Para evoluir, é preciso ter parceiros e dentro de nossas necessidades, o governo tem somado. O governo tem sido esse grande parceiro para nós. Uma coisa que a gente pensava ter aqui, que era impossível sonhar, era reencontrar nossa maloca e refazer ela aqui. Hoje ela está aqui, com apoio do governo”, relata o cacique, rememorando a jornada de seu povo para encontrar na mata o local deixado por seus antepassados, onde hoje a comunidade se reúne para pensarem o futuro.

Além do apoio cultural aos puyanawa, com a construção da maloca principal da aldeia e no festival, o governo do Estado também realizou investimentos no plantio de frutíferas para ampliação de renda e segurança alimentar e no abastecimento de água potável. Foram mais de R$ 1,1 milhão investidos somente na Terra Indígena Puyanawa durante a gestão de Tião Viana.

Em todo o Acre

Este modelo de ação para os povos indígenas foi implementado em todo o Acre. Foram mais de R$ 61,4 milhões investidos em diversas atividades dentro das terras indígenas entre 2011 e 2017, uma política pública de valorização, diálogo e reconhecimento. Para a próxima gestão, Tião Viana deixa mais de R$ 34,6 milhões para serem investidos.

Para Zezinho Yube, assessor para Assuntos Indígenas do governo do Acre, o legado de Tião Viana para o setor vai além dos valores investidos. “O governador deixa para os povos indígenas a mensagem de inclusão e participação verdadeira dentro do governo, nos programas e na implementação dos planos de gestão. As decisões são tomadas pelos próprios indígenas. O Governador também foi o que mais visitou as aldeias, participando dos festivais e vivenciado junto à comunidade”, afirmou.

Quanto ao que acredita ser importante para o próximo governo, Yube afirma: “O desafio é a continuidade dessa política que foi consolidado no Acre, da permanência e manutenção da floresta. Falo isso com muito orgulho, nossas terras não estão sendo invadidos, como a gente vê em estados vizinhos como Rondônia e Amazonas. É importante manter esse modelo de que a floresta em pé vale muito mais do que derrubada.”

“Na minha reflexão, o Acre faz diferença em todos os estados do Brasil, porque aqui a gente consegue ter conversa e diálogo com o governo, ao tempo e momento que precisamos. O Acre é esta casa, que tem agasalhado nossas questões. Aqui temos sido respeitados e valorizados pelos governos”, declara Joel, exemplificando os anos de relação que seu povo teve com o governo do Estado.

Texto de Arison Jardim – Fotos de Sérgio Vale

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