23 C
Juruá
quinta-feira, abril 25, 2024

Entrevista exclusiva com Mâncio Cordeiro: “O maior legado que esta gestão está deixando é a autoconfiança das pessoas que colaboram com o Sebrae”

Por

- Publicidade -

Aos 53 anos de idade, 24 deles dedicados ao Sebrae-Ac, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Empresas no Acre, que traz consigo a missão de fomentar o empreendedorismo no país, a analista técnica na gestão de pessoas da instituição, Cláudia Maia, abre um largo sorriso quando é perguntada se é uma mulher feliz por suas atividades.

IMG_4002.jpeg

-É claro que sou -, diz, rápida.

Cláudia Maia chegou ao Sebrae quando a instituição estava se instalando no Acre, tudo ainda muito arcaico, com pessoas trabalhando em salas apertadas e meio sem saber ao certo o que deveriam fazer.

Hoje, a razão da felicidade estampada em seu rosto se relaciona a um casamento estável e que já perdura mais de trinta anos e que lhe rendeu uma filha amada, mas sobretudo pelas atividades que desenvolve e num ambiente de trabalho que orgulha a ela e a todos os mais de 150 trabalhadores que emprestam sua força de trabalho ao Sebrae.

O bom ambiente, num prédio de salas luxuosas, decorado com requinte e com o propósito de permitir ampla acessibilidade a portadores de necessidades especiais de qualquer tipo, é complementado pela boa prestação de serviços, diz Cláudia Maia. “A gente poder ver uma empresa nascer e crescer nos faz muito bem. Faz-nos sentirmos gratificados porque a gente sabe que de alguma forma faz parte da história das pessoas que conseguiram realizar sonhos a partir da nossa colaboração”, acrescentou.

IMG_4008.jpeg

Ao seu lado, Fábio Oliveira, de 42 anos, também analista técnico, que trabalha para o Sebrae desde 2008, mostra que partilha da mesma alegria de poder ali trabalhar. Casado, pai de quatro filhos, ele diz que é grato ao Sebrae não só por tirar da instituição o seu e o sustento de sua família mas, principalmente, pelo ambiente de trabalho criado ali. Quando perguntado qual seria seu grau de satisfação em poder ali trabalhar numa escala de 1 a dez, ele não tem dúvidas: -É 12!

De acordo com Fábio, trabalhar naquele ambiente é salutar sobretudo porque, além da boa remuneração (“bem acima do mercado”, ele admite, sem falar de números) e da questão de material, “o Sebrae respeita muito o seu colaborador”.

– Trabalhar aqui me fez ter a oportunidade de crescer profissionalmente e como indivíduo, como ser humano. Sei que aqui estou sendo útil à sociedade – acrescenta.

Esse grau de satisfação manifestado pelo casal de colaboradores do Sebrae é, ao que tudo indica, o maior legado deixado pela gestão da instituição cujo mandato está se encerrando com a eleição de uma nova diretoria. Os novos dirigentes do Sebrae vão substituir o economista Mâncio Lima Cordeiro e suas diretoras – Sídia Gomes e Rosa Nakamura, que vêm a ser responsáveis por uma autêntica revolução na instituição, cujo legado, além do bem estar de quem ali trabalha e de seus clientes, pode ser manifestada na inauguração da sede regional, localizada na Avenida Ceará, no bairro Abrão Alab, em Rio Branco.

Trata-se de um investimento superior a R$ 20 milhões, um espaço caracterizado sobretudo pelo que há de mais moderno no conceito de arquitetura, transparência e acessibilidade. Mas, de acordo com Mâncio Lima Cordeiro, o diretor-presidente cujo mandato está se encerrando, a maior obra de sua administração não foi apenas física.

Segundo ele, sua maior obra foi humana.

“Ter feito as pessoas terem acreditado nelas mesmas, saírem de um torpor para passarem a ser proativos nesse processo, foi o legado mais importante do nosso trabalho porque isso mexeu na cultura, na forma de agir das pessoas. Tudo isso é mais importante que o prédio. O prédio ajuda a conformar pelo ambiente de conforto, mas acho que nosso melhor trabalho foi o fato de as pessoas terem adquirido uma nova mentalidade. Isso fez com que a colaboração dessa diretoria possa estar sendo uma coisa que não só serviu para os anos em que a gente passou aqui mas que vai servir para os anos futuros.” Disse Mâncio Cordeiro.

 

Mâncio Lima deixa o SEBRAE Acre como um dos cincos melhores do Brasil 

Juruá em Tempo: Depois de quatro anos como superintendente desta instituição, o senhor deixa a função com que sentimento?

Mâncio Lima Cordeiro – Eu saio com o sentimento do dever cumprido. E muito feliz pelas realizações que nós conseguimos aqui. O Sebrae é uma organização complexa, que atende os pequenos negócios da indústria, da agricultura, do comércio e de serviços – ou seja, atende os setores produtivos da economia. E acho que nós fizemos coisas significativas para melhorar a qualidade dos nossos serviços.

Cite um exemplo 

Quando nós chegamos aqui em 2015 nós fizemos duas perguntas aos nossos colaboradores. A primeira delas, era a seguinte: “Quem é que vi sentir falta de nós se desaparecermos (do mercado)”? A segunda era sobre o que queríamos ser quando crescêssemos? Isso, primeiramente, criou um incômodo muito grande porque as pessoas nunca haviam parado para refletir sobre essa situação.

Mas havia essa ameaça de a instituição vir a desaparecer?

De imediato, não. Mas é o seguinte: se as organizações não se modernizam, tendem a enfraquecer e a desaparecer mesmo. Se ela não tem utilidade para a sociedade, a tendência é que ela desapareça. Era nesse sentido a nossa preocupação com aquelas duas perguntas. E nós fizemos então o nosso primeiro planejamento estratégico em 2015. E chegamos com algumas idéias de sermos o melhor Sebrae do Brasil, de ser referência global em relação ao que a gente faz. Essas coisas aqui eram vistas como um verdadeiro sacrilégio, por que quem é o cara pálida que chega aqui querendo ser o melhor Sebrae do Brasil se no país nós temos Sebrae muito maiores e mais organizados nos grandes centros da economia nacional? Então nós começamos o trabalho. Fizemos este planejamento e a ideia era como se fôssemos começar um Sebrae do zero e nós fizemos muitas propostas, mas tínhamos tão pouca confiança de que éramos capazes que nós projetamos essas coisas para o ano de 2050 – ou seja, tudo bem, nós vamos chegar lá mas vai demorar muito tempo.

E quando começou de fato essas mudanças?

Ali mesmo por 2015, 2016. O Sebrae tem seu trabalho avaliado pelo Fundação Nacional da Qualidade, a FNQ, que avalia, além da gestão do sistema Sebrae, grandes empresas como a Embraer, Magazine Luiza e outras.

É uma instituição privada? 

É uma instituição privada, autônoma e que não sofre nenhum tipo de influência e, na avaliação da qualidade dos nossos serviços, segundo essa instituição, estávamos lá em baixo. Por dois anos seguidos, nós melhoramos de faixa – essa avaliação é medida por faixa – e conseguimos fechar este ano de 2018 sendo o quinto melhor Sebrae do Brasil.

Quais são os outros primeiros? 

Isso é um segredo interno. A gente não sabe. Nós sabemos que somos o quinto pela nossa pontuação pessoal, mas eu não sei quem são os outros. Isso já foi um avanço fantástico. Quando foi agora em 2018 fizemos um novo planejamento estratégico. Tudo aquilo que estava sendo projetado para 2050, nós trouxemos isso para 2023. Esse planejamento estratégico, nas duas vezes, foi realizado por todo mundo do Sebrae. Ou seja, não era uma invenção minha: as pessoas decidiram o que elas iriam fazer. Isso foi uma marca da nossa gestão, tudo ser participativo, tudo ser transparente, tudo combinado com todo mundo. Isso foi uma marca em todas as ações que nós fizemos, não só do planejamento estratégico. A gente considera que esse foi o maior legado que essa diretoria – que inclui, além de mim, a Sídia Gomes e a Rosa Nakamura – está deixando, fazendo com que toda a estrutura do Sebrae participasse desse processo, nada foi feito de forma individual. Éramos incentivadores, estimuladores mas nada fizemos sozinhos. Os resultados que a gente alcançou foram resultados extraordinários que na verdade foram feitos pelo conjunto da nossa força de trabalho.

 

“A educação empreendedora é um ponto importante porque a gente considera que é pela educação que a gente consegue transformar o mundo”

 

Quais as coisas que o senhor destacaria? 

Muitas coisas. Temos muito a destacar mesmo. Nós fomos o primeiro Sebrae a montar um LEB dentro de uma universidade. Trata-se do Sebrae LEB, que é um escritório com a finalidade de trabalhar com empresas de tecnologias, com tecnologias alternativas. E nós montamos o primeiro Sebrae LEB dentro de uma universidade pública brasileira, na nossa Ufac (Universidade Federal do Acre). Somos o primeiro a montar essa estrutura, que hoje é modelo para outros Sebrae no país.

Convretamente isso significa o que?

Esse escritório serve para alavancar empresas dentro da Universidade. Os clientes são estudantes e professores. O Sebrae entra junto mostrando o que se pode melhorar em termos de qualidade dos negócio no Brasil. Hoje a gente trabalha com várias empresas juniores, que há dentro da Universidade. Várias cursos têm empresas Junior, que trabalham com essas empresas, não só da Universidade do Acre mas de outras universidades. Creio que este foi um ponto importante da nossa gestão. A educação empreendedora é um ponto importante porque a gente considera que é pela educação que a gente consegue transformar o mundo, um monte de coisas. No ano de 2015, a nossa programa era para atendermos 2 mil alunos. Em 2018, já atendemos quase 20 mil numa rede de dois mil professores estaduais e municipais, que aplicam uma metodologia da qual o Sebrae é dono e é aplicada nas escolas do ensino médio e do ensino fundamental.

Nós sabemos que a economia do Acre melhorou nos últimos anos, apesar de todo o cenário nacional e mundial de crise. De que forma o SEBRAE participou disso, como e quando se deu está participação? 

O Sebrae atua desde o agronegócio até a indústria, dando consultoria às empresas. Nós temos programas que ajudam, por exemplo, o pessoal da indústria de panificação e de outras diversas áreas, como da cerâmica e até do artesanato. Nós temos, aliás, muito trabalho com artesanato – aliás, o artesanato do Sebrae-Ac é campeão em todas as feiras das quais a gente participa. A gente ganha sempre o primeiro lugar em vendas graças à beleza e à qualidade dos nossos produtos. Eu fui à Expo-Milão (Itália), em 2015, onde o Sebrae nacional estava expondo artesanato, havia 42 nichos com artesanato do Brasil expostos ali. Desses, sete eram do Acre. Era o Brasil inteiro expondo e nós tínhamos quase 17 por cento da exposição. Daí veja a importância do nosso artesanato. Mas, além disso, nós atuamos em várias outras áreas, como na cadeia produtiva do leite. Então fica muito difícil ficar precisando cada empresa e cada produto cuja atividade se desenvolveu com a nossa ajuda. Por exemplo: na semana passada, aqui em Rio Branco, aconteceu um festival de gastronomia, que começou com pouquíssimas empresas e hoje é um festival com 30 empresas participantes. É um festival que mostra a culinária regional.

“Para mim, o maior legado que está gestão está deixando é a autoconfiança e auto-estima das pessoas que colaboram com o Sebrae” 

 

O senhor falou há pouco do artesanato do Acre. Ao que se deve esse apelo positivo em relação ao nosso artesanato? É a qualidade do material, beleza das peças ou o apelo amazônico? 

Eu acho que todas essas variáveis ajudam. E o Sebrae faz treinamentos e capacita os empreendedores, além de organizar exposições, fizemos catálogos e outras coisas que mostram de maneira muito sofisticada os produtos que temos aqui. Temos artesanato indígena e de várias outras formas. O fato é que sobre as atividades do Sebrae nós poderíamos conversar durante horas, mas eu quero apenas destacar aquilo que, ao nosso olhar, foi o mais importante.

Dê um exemplo, então…

A inauguração da nossa sede, por exemplo. Foi uma conquista desta gestão, um investimento de R$ 22 milhões quando a gente incluir tudo, toda a base tecnológica e o mobiliário e todos os projetos de acessibilidade. Este é um prédio que veio, na verdade, coroar todo aquele trabalho iniciado em 2015. Para mim, o maior legado que esta gestão está deixando é a autoconfiança e auto-estima das pessoas que colaboram com o Sebrae. A sede traz a cultura da transparência e da atenção ao cliente. Aqui, tudo o que foi feito, foi pensando em ter o cliente em primeiro lugar, desde a acessibilidade (todas as placas indicativas têm brailler, por exemplo) e o nosso auditório foi pensado com acessibilidade plena. São poucos auditórios que têm esse tipo de acessibilidade. Temos ainda, aqui na sede, a questão ambiental como um componente muito forte, com energia solar e reaproveitamento de água…

Qual é o tamanho de tudo isso aqui?

Ao todo são 4 mil e 800 metros quadrados. É um prédio extremamente moderno. Aquele modelo de gestão do qual falei lá atrás, ele culminou com mudanças de estrutura e de processos. Nós mudamos a estrutura do Sebrae para fazer frente à nova missão. É um prédio especial visando os nossos clientes, mas que também dar conforto aos nossos colaboradores.

A estrutura do Sebrae no Acre em termos quantitativos? 

Nós temos mais ou menos 150 colaboradores no Estado inteiro, dos quais 98 são empregados – o restante são terceirizados e estagiários e a aí não estamos contando com pelo menos 15 menores aprendizes que na verdade não trabalham no Sebrae. Nós apenas pagamos os cursos que eles fazem no Senai. O Sebrae não usa a força de trabalho desses menores e os incluímos num programa social que a gente tem para ajudar pessoas de baixa renda e carentes.

Quando o senhor se refere às pessoas que procuram o Sebrae, o senhor as chama de “cliente”.  Isso significa que o Sebrae cobra por sua prestação de serviços à sociedade? 

Não necessariamente. Há coisas que são gratuitas e outras que são cobradas.

O que é gratuito, por exemplo?

Todo o nosso atendimento ele é gratuito, de orientação e consultoria.

 

“O Fórum de Desenvolvimento do Acre é uma instituição que reúne todo o setor produtivo” 

Abertura de firmas, essas coisas? 

Isso não fazemos. Nós não fazemos o papel da contabilidade, embora possamos ajudar, mas substituir a contabilidade, isso não fazemos. O que o Sebrae cobra são alguns e determinados programas de treinamento e os preços são todos subsidiados. O Sebrae cobra consultorias. Dependendo do porte e do tamanho da empresa, o subsídio pode variar de dez até 70 por cento – dependendo do tamanho do negócio.

Nós vivemos uma economia em constante crise. O senhor diria que se não houvesse o Sebrae essa crise poderia ser mais acentuada?

A gente defende uma tese, desde que chegamos aqui, que o Sebrae tem que atuar mais no ambiente de negócios. Quando você atua no ambiente de negócios, você atua e atende muito mais clientes do que aquele número que você atenderia no dia a dia. E nós chegamos à conclusão também, a partir daquele planejamento de 2015, que o Sebrae não faz tudo sozinho. Por isso, nós precisávamos de rede. Redes robustas, parceiras – parceiros que nos ajudassem a desenvolver esse trabalho. Entre as coisas que foram desenvolvidas e eu hoje eu acho que pode ter um futuro significativo é o Fórum de Desenvolvimento do Acre. O Fórum de Desenvolvimento do Acre é uma instituição que reúne todo o setor produtivo – ou seja, todas as federações, a universidade, instituições de pesquisa, o Sebrae – ou seja, é uma parte esmagadora da sociedade que faz parte deste Fórum. Qual é a finalidade? Fórum é uma rede de parceiros que está desenvolvendo um projeto para o desenvolvimento do Estado.

“Não adianta termos um grande conhecimento sobre a utilidade do bambu se isso não está gerando riquezas” 

 

Para daqui há quanto tempo? Isso pode ser mensurável? 

Nós já começamos todos os estudos – inclusive o Sebrae é um dos financiadores desse projeto – e uma boa parte dos estudos já foram feitas e outras serão concluídas ano que vem. Qual é a ideia? É que a sociedade defina, através do Fórum, aquilo que ela considera prioritário para o Estado se desenvolver. Na área de infraestrutura, logística, em tudo… A sociedade vai então pedir aos governantes para que trabalhem com aquela agenda. Isso vai facilitar – e muito! – o trabalho do Sebrae porque aí vamos atuar justamente nos caminhos que a sociedade quer. Não vai ser a sociedade indo para um lugar, o governo indo para outro e o Sebrae indo para outro também. Quando você me pergunta sobre a importância do Sebrae para o crescimento da nossa economia, minha resposta só pode ser afirmativa. Nós desenvolvemos aqui uma unidade, nessa nova estruturação, que é de desenvolvimento de ambiente de negócio, que justamente tem a ver com isso, com a gente ajudar às empresas. Por exemplo: dessa unidade faz parte a Rede Simples, que é um projeto que o Sebrae apóia para a abertura de empresas, numa parceria com a Junta Comercial. A gente vai sair dos 149 dias para abrir uma empresa para apenas cinco dias aqui no Acre.

Isso começa quando?

Já começou. Um salto enorme e é um trabalho que o Sebrae está desenvolvendo junto com a Junta Comercial que vai ajudar a todos os empresários, inclusive os que não são clientes do Sebrae. Os clientes do Sebrae são os micro empreendedores individuais, os produtores rurais, as empresas de pequeno porte. Média e grandes empresas não são clientes nossos. Mas essa ação vai favorecer às médias e grandes empresas. Então neste sentido que eu afirmo que o Sebrae tem um papel extraordinário no desenvolvimento do Estado.O Sebrae trabalha com psicultura, com o leite – como já dito -, com óleos essenciais e estamos desenvolvendo um trabalho com a cadeia de bambu. Um exemplo disso: nós apoiamos um empresário lá em Cruzeiro do Sul que a biomassa que ele utilizava para esquentar os fornos da indústria dele, era biomassa de roçados. É um empresário chamado Jairo, que trabalha com cerâmica. Ele vai esquentar seus fornos a partir deste projeto com o bambu, que está começando a plantar. Isso vai fazer com que ele deixe de tirar material orgânico da floresta.

E o bambu queima bem? 

O bambu é uma das maiores fontes de energia de biomassa do mundo! Então são nessas coisas em que a gente atua no ambiente em que a gente mostra aos empresários que eles podem utilizar o bambu de várias formas. E o Acre tem a maior reserva de bambu do planeta, de bambu nativo. Só que isso não gerou negócios. Portanto, o Sebrae está desenvolvendo um trabalho focado no negócio. Não adianta termos uma grade conhecimento sobre a utilidade do bambu se isso não está gerando riquezas. Então este foi um outro trabalho que a gente desenvolveu e há “n” coisas que a gente está deixando como legado.

O que o senhor recomendaria à nova gestão que vai substituir a sua, se lhe fosse pedida uma sugestão, em relação aos avanços e à melhoria das atividades do Sebrae? 

Acho que a primeira coisa – inclusive eu já conversei com eles (nova diretoria) sobre isso – é a continuidade do nosso trabalho. O Sebrae está no rumo certo.Quando a gente é avaliado como um Sebrae de excelência, que está entre os cinco melhores do Brasil, isso significa que está sendo um trabalho no rumo certo. E uma outra coisa que a gente inclusive conversou com a nova diretoria é que a atuação do ambiente pode ser bem mais importante do que nosso atendimento individual. Imagine que se o Sebrae, desde que começou aqui no Acre, há 27 anos, tivesse o cuidado de resolver o gargalo das exportações.Nós estamos num mercado de trinta milhões de consumidores aqui no nosso entorno e até hoje nós temos problemas para nossas empresas exportarem seus produtos – problemas sanitários, problemas tributários, logísticas, uma séria de problemas que até hoje não foram resolvidos e que atingem empresas como a Acreaves, Dom Porquito e outras. Se o Sebrae estivesse atuando nesse ambiente para resolver esses gargalos, hoje nós poderíamos ter centenas de empresas exportando. Isso é atuar no ambiente de forma sistemática, quando o Sebrae poderia ter contribuído com a redução e a resolução dos gargalos que existem e impedem as empresas de exportar. E não é criar facilidades não. É fazer as coisas corretas.

Por Tião Maia – O Juruá em Tempo

- Publicidade -
Copiar