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quinta-feira, março 28, 2024

Governador eleito, Gladson Cameli, Senadores e Deputados são diplomados pelo TRE

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“O futuro chegou. É hora de concretizá-lo”. Com esta frase o governador eleito Gladson Cameli encerrou um discurso de seis páginas – com pouco mais de 15 minutos de duração – durante a solenidade de diplomação dos candidatos eleitos este ano, um ato solene promovido pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para encerrar o processo eleitoral a partir do qual são oficializados como efetivamente eleitos o governador do Estado, os dois senadores, deputados federais e estaduais, além dos seus respectivos suplentes.

Desta solenidade, realizada no auditório da Universidade Federal do Acre (Ufac), na tarde de quarta-feira 19, não participaram – e, portanto, não foram diplomados, os deputados eleitos Pastor Marcos (federal) e Doutora Juliana (reeleita, estadual), ambos do PRB. Por responderem a processos por acusações, feitas pelo Ministério Público Federal, através da promotoria eleitoral junto ao TRE, de compra de votos com recursos desviados do chamado Fundo Partidário, na ordem de R$ 1,5 milhão, através de uma empresa de fechada, razão pela qual foram presos há uma semana durante a chamada operação “Santinhos”, desencadeada pela Polícia Federal. 

Colocados em liberdade por decisão do próprio TRE no mesmo dia da diplomação, os dois, no entanto, não foram admitidos na solenidade e devem responder aos processos em liberdade.

Ao final, se forem condenados, seus votos devem ser anulados e isso mexeria no atual quadro de suplentes diplomados – há informações de que, em caso de anulação dos votos atribuídos a Pastor Marcos e à doutora Juliana, o que ensejaria uma nova contagem de votos pelo próprio TRE, alguns dos suplentes diplomados hoje passariam como titulares – seriam os casos de Tião Bocalom, do PSL, que assumiria a vaga de Pastor Marcos como deputado federal, e do juiz aposentado Pedro Longo, do PV, que assumiria o lugar de doutora Juliana como deputado estadual. Nos bastidores, fala-se ainda que a recontagem de votos poderia beneficiar o vereador Railson Correia, irmão do deputado Raimundinho da Saúde ( que não se reelegeu) e o deputado André da Drogaria Vale, que não conseguiu se reeleger à Assembléia Legislativa seria o outro suplente beneficiado. Correia seria eleito deputado federal. O resultado disso só se saberá qual será a direção que a Justiça Eleitoral tomará em relação aos deputados presos. O fato é que, pelo menos por enquanto, diplomados eles não foram e não serão.

Mas as dúvidas em relação ao futuro não tiraram o brilho da solenidade em que a estrela principal era o governador eleito Gladson Cameli, que disse, que o diploma de governador não era exclusivamente seu. “É de todas as pessoas que sempre busquei representar através do meu trabalho. Junto comigo, sempre estiveram todos da minha família através não apenas da presença e do carinho físico, mas dos ensinamentos de honra, amor e retidão que sempre procurei seguir e respeitar”, afirmou. E acrescentou: ”Quero agradecer a minha amada esposa Ana Paula, ao meu filho Guilherme, meu pai Eládio, minha mãe Linda, meus irmãos Gledson e Eládio Júnior, aos meus tios, minhas avós Marieta e Ivanilde, primos e a todos que Deus me presenteou como família. Agradeço também, aos homens e mulheres que se juntaram a mim ao longo dos anos nessa caminhada que nos trouxe até aqui”.

 

A seguir, a íntegra do discurso do novo governador dos acreanos.

 

Excelentíssimo Senhor Desembargador Presidente do Tribunal Regional Eleitoo entanto,ral do Estado do Acre; autoridades políticas, eclesiásticas e jurídicas;

Senhoras e senhores aqui presentes.

 

Pela vontade das pessoas do Acre, eu estou aqui hoje para receber esse diploma que muito me honra. Meus amigos, eu tenho a consciência de que esse diploma representa um compromisso aceito desde o primeiro dia em que decidi dedicar-me a carreira política para servir ao meu estado.

discur

Portanto, esse diploma não é só meu. É de todas as pessoas que sempre busquei representar através do meu trabalho. Junto comigo, sempre estiveram todos da minha família através não apenas da presença e do carinho físico, mas dos ensinamentos de honra, amor e retidão que sempre procurei seguir e respeitar.

 

Quero agradecer a minha amada esposa Ana Paula, ao meu filho Guilherme, meu pai Eládio, minha mãe Linda, meus irmãos Gledson e Eládio Júnior, aos meus tios, minhas avós Marieta e Ivanilde, primos e a todos que Deus me presenteou como família. Agradeço também, aos homens e mulheres que se juntaram a mim ao longo dos anos nessa caminhada que nos trouxe até aqui.

 

Todos eles, representados pelo meu vice, Wherles Rocha, sintam-se cumprimentados, abraçados e convocados a dar o melhor pelo nosso estado. Tenho a consciência de que a responsabilidade de governar o Acre também não é só minha. O poder não pode ser exercido isoladamente por uma pessoa ou por um único partido político. Toda decisão emana do povo e deve ser compartilhada para o bem da sociedade. Não há nada a esconder: teremos dias difíceis pela frente.

 

O estado que herdamos ocupa a última posição entre as 27 unidades da federação no ranking da competitividade. Receberemos um governo abaixo da média nacional em eficiência da máquina, sustentabilidade ambiental, inovação, apoio ao capital humano, proteção social, solidez fiscal, entre outros itens.

 

Na Educação, herdamos a maior taxa de analfabetismo da região Norte. O estado vergonhosamente ocupa a última posição em desempenho no ENEM e também tem a menor taxa de frequência no ensino fundamental em todo o país.

 

Os erros do passado quase condenaram o nosso futuro. É urgente salvar o amanhã de nossos estudantes e de suas famílias que devem continuar sonhando com a Educação como a melhor ferramenta para a transformação de um estado.

 

Na saúde e assistência social, o Acre que estão nos deixando está entre os 3 piores estados em fornecimento de água potável – elemento básico para a erradicação de doenças; também receberemos o segundo pior índice de famílias abaixo da linha da pobreza. Sucederemos um governo que foi incapaz de concluir as obras que seu grupo político começou há décadas e se tornou insensível a dor de milhares de famílias que choram pelo descaso nos corredores de postos e hospitais. Não pode haver dor maior.

 

Na segurança, é desnecessário relatar a situação em que nos colocaram. Vivemos reféns do medo na capital mais violenta do país. Essa situação não começou agora. É o resultado de escolhas equivocadas que passaram pela negação do desenvolvimento, pela desvalorização do servidor da segurança e por uma miopia administrativa que preferiu gastar com divulgação o dobro do que destinou à Polícia Militar.

 

Há porém, um veneno maior que mata aos poucos o nosso estado. Ele é frio, silencioso e faz vítimas em todas as áreas. Refiro-me as finanças do estado: existe um déficit crescente que toma dos cofres públicos o dinheiro que deveria ser utilizado na segurança, na saúde, na educação e principalmente na melhoria da vida das pessoas.

 

Se nada for feito, em alguns meses, esse rombo impedirá o estado de funcionar. Buscar a solução desse problema não é apenas necessário. É urgente! É lutar pela nossa sobrevivência. Nesse ponto, chamo atenção para a questão previdenciária. É justo e necessário reconhecer e valorizar quem bravamente desempenhou seu trabalho em prol da nossa gente. Porém, também é fundamental garantir o mesmo tratamento a quem precisará desse auxílio amanhã. Para isso, teremos que superar uma despesa de meio bilhão de reais que toma o dinheiro que seria empregado em investimentos de infraestrutura e área social.

 

Para equalizar essa questão, o Estado precisará retornar as suas origens, valorizando o servidor público de carreira e reconhecendo-o como motor da transformação do nosso estado. Convoco em especial, todos os servidores estaduais para ingressarmos juntos de coração nessa caminhada.

 

Amigos, se fossemos aqui listar outros exemplos das dificuldades diárias que nosso estado enfrenta, tenham a certeza de que destinaríamos horas quase intermináveis para expor o que toda a população sabe e sente em seu cotidiano. Quando cito alguns desses pontos, não o faço para criticar ninguém. Falar dessa situação me dói como homem público, como esposo, como pai, e como cidadão comum.

 

É impossível ficar indiferente ao sofrimento dos nossos irmãos. Não vou dizer que os problemas que eles criaram não são nossos. A partir de primeiro de janeiro, serão sim! E já são hoje, porque nossa equipe de transição, já está trabalhando para dar uma resposta a quem nos deu o que tinha de mais valioso: os sentimentos de confiança e esperança. Por tudo o que estamos recebendo, não temos a comodidade de fazer apenas um bom governo. Teremos a obrigação de fazer um ótimo governo: correto no agir, criativo no pensar, sensível com as pessoas e eficaz em criar um amanhã de paz, bem estar e prosperidade.

 

Para isso, conto também com o espírito público de cada deputado estadual, de cada deputado federal, de cada senador e de cada homem público que deseja ver o nosso estado em crescente evolução. Não será suficiente apenas fazer. Teremos que reconstruir! Não será suficiente apenas idealizar. Teremos que concretizar! Não será suficiente apenas trabalhar.

 

Precisaremos nos empenhar em todos os detalhes com alma e coração! Não poderemos encarar os próximos anos apenas como o período de uma administração. Será, na verdade, uma batalha! Que desempenharemos com alegria, respeito, ética e inspirados no mesmo sentimento cristão de Paulo: combater o bom combate! Cuidar de quem mais precisa, estimular quem deseja crescer, dar as condições para que todos tenhamos confiança num amanhã mais humano, seguro, justo e próspero.

 

Quero finalizar dizendo que eu sonho com o Acre que o meu tio Orleir Cameli sempre sonhou e a ele, dedico esse momento. Iniciemos essa nova etapa da nossa caminhada com fé no trabalho e a proteção de Deus. Porque é a força de Deus que nos faz acreditar que sonhos podem sim, se tornar realidade. Somos prova disso. E carregaremos agora do sonho de milhares de pessoas: oferecer as oportunidades de atenção e prosperidade a cada acreano.

 

O futuro chegou. É hora de concretizá-lo.

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