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quinta-feira, abril 25, 2024

Petecão, Jéssica Sales e Flaviano Melo vão receber auxílio-mudança de 70 mil como fossem morar em Brasília pela primeira vez

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O falecido senador Darcy Ribeiro, um intelectual de primeira grandeza mas sobretudo um político tal qual todos os políticos deviam ser, um dia assustou seus auxiliares e admiradores ao dizer que o Senado da República era, na sua visão, bem melhor que o céu. Sim, isso mesmo que você acabou de ler.

Para Darcy, o Senado, com toda sua mordomia e estrutura à disposição de seus 81 felizardos senadores, era o paraíso na terra. E seria melhor que o paraíso celestial porque, para alcançá-lo, em sendo senador, não seria necessário morrer, acrescentava Darcy na sua reconhecida sabedoria. Sabia mesmo das coisas o velho Darcy, que o diga o senador acreano Sérgio Petecão (PSD), reeeleito, registre-se, com a maior votação já atribuída um político neste Estado, algo próximo a 250 mil votos, quase a metade da totalidade dos seus conterrâneos votantes.

Eleito senador pela primeira vez em 2010, quando deixou de ser deputado federal, portanto, já residente em Brasília, Petecão não abriu mão, veja só, de R$ 33,7 mil pagos a título de auxílio-mudança, dinheiro pagos no início e no término dos mandatos das duas casas do Congresso Nnacional. Ou seja, na época, mesmo já residindo em Brasília na condição de deputado federal, Petecão recebeu o auxílio porque iria mudar para a condição de senador, embora os apartamentos funcionais dos parlamentares das duas casas legislativas do país fiquem no plano piloto de Brasília e os plenários e os gabinetes onde suas excelências despacham muitas vezes ficam um colado ao outro. Ou seja, em resumo não a tal “mudança” seria só de função.. Logo o auxílio seria dispensável.

Mas, desta vez o bom Petecão se superou. Reeleito, indo morar na mesma cidade e provavelmente indo ocupar os mesmos apartamento funcional e o mesmo gabinete do mandato anterior, o senador “aceitou” os benefícios do auxílio-mudança, como estivesse deixando Brasília e retornando como reeleito. Uma bagatela de que, somadas em duas parcelas, chegam a quase R$ 70 mil.

O senador, no entanto, não está só nesta imoralidade. Levantamento divulgado pelo jornal O Estado de São Paulo e divulgado nesta terça-feira, 18 de agosto, mostra que dos 81 senadores, só sete abdicaram de receber o auxílio. Consta que para custear a farra, o Senado reservou R$ 3,6 milhões. Metade deste dinheiro, vai para os senadores que estão de saída. Os senadores Ana Amélia (PP ), Eduardo Braga (MDB-AM), Randolfe Rodrigues (Rede) e Paulo Paim (PT- RS) abriram mão da ajuda de custo do – fim do período. Já Major Olímpio (PSL), Mara Gabrilli (PSDB), Oriovisto Guimarães (Pode) e novamente Eduardo Braga, que estão chegando ao Senado recusaram o montante para o começo dos trabalhos (recomeço no caso de Eduardo Braga, que está de retorno como reeleito).

Deputados em fim de mandato, Major Olímpio e Mara Gabrilli também renunciaram à ajuda de custo pelo término das atividades na chamada Câmara baixa. Além deles, apenas Elvino Bohn Gass (PT-RS) abdicou da verba. Dois dos deputados acreanos reeleitos, Flaviano Melo e Jéssica Sales, ambos do MDB do Acre e que já residem em Brasília desde mandato anterior (Flaviano Melo já vem de outros três mandatos) vão embolsar a grana como estivessem deixando Brasília e retornando para assumir seus postos. Valor da ordem de R$ 70 mil também.

O auxílio-mudança é pago a senadores e deputados que têm casa em Brasília e não pretendem se mudar. Os que se reelegeram recebem o valor duplicado. O “penduricalho” está previsto desde 2014.

Por Tião Maia

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