Em cinco cidades do interior do Acre, as mais isoladas do estado, os serviços da Polícia Civil são mantidos há mais de dois anos por apenas um servidor.
A Secretaria de Segurança Pública, que anunciou, no início deste mês, que faria um processo de rodízio de agentes para suprir a carência nessas cidades, ainda não enviou novos policiais.
A carência de policiais civis no Acre afeta, principalmente, as cidades de Marechal Thaumaturgo, Porto Walter, Jordão e Santa Rosa do Purus, que ainda não são ligados à capital por meio de rodovias. Em cada um desses municípios, somente um agente é responsável por todas ações da polícia judiciária.
Para reforçar as delegacias dessas cidades, a Secretaria da Polícia Civil anunciou no início de abril, que faria um reversamento de policiais, mas esta medida não foi colocada em prática.
“Nós estamos em tratativa com o governo, só no alinhamento final quanto a disponibilidade financeira para esse reversamento, uma vez que estamos próximo a uma solução definitiva”, afirmou o secretário, Rêmulo Diniz.
De acordo com Diniz, o governo deve disponibilizar ajuda de custo para policias de outras cidades para que passem temporadas reforçando as ações nessas localidades. Segundo ele, com o reversamento, cada município vai receber mais um agente.
Mas, com a convocação de mais 250 policiais, entre agentes de polícia, escrivãs e delegados, o quadro de servidores desses município deve ser ampliado definitivamente. O secretário garante que o curso de formação dos novos policiais começa a partir de julho.
“A academia já começa a partir do dia 1º de julho e, logo quando tiver a conclusão e posse, já que o governador se comprometeu em fazer a posse imediata, serão lotados policiais para reestruturar os quadros dessas unidades que chamamos os isolados. Vamos manter, pelo menos, um número de quatro policiais em cada uma dessas unidades”, garante o secretário.
Enquanto isso, Marechal Thaumaturgo com pouco mais de 18,4 mil habitantes, conta apenas com uma policial civil, a agente Charla Nascimento, que há dois anos atua só na pequena cidade. Ela que resolve tudo na delegacia. O caso foi destaque, inclusive, em uma reportagem do Fantástico no ano passado.
Por Mazinho Rogério