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quarta-feira, abril 24, 2024

Economia de Rondônia é de causar inveja aos acreanos

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Enquanto governo rondoniense faz negócios com asiáticos na casa de muitos milhões de dólares na área de produção, no Acre o governador se limita a administrar apenas crises internas e ainda não disse a que veio

 

O governador de Rondônia, Marcos Rocha, e seu vice, José Jordan, deram para rir à toa nos últimos dias. A razão disso não é só a harmonia que reina entre os dois ou pelas ações de um Governo sem crises e que efetivamente começa a se destacar em relação a seus vizinhos, como Amazonas e Acre, cujos governos, até o momento, só têm administrado crises internas e ainda não disseram a que vieram.

Enquanto Rondônia comemora uma redução crimes, principalmente de homicídios, na casa dos 27% (é o segundo Estado do país que mais diminuiu a violência, o primeiro é o Distrito Federal, segundo o Atlas da Violência), o Acre e Amazonas se debatem em crises. O Amazonas vive o drama das matanças no seu sistema prisional e o Acre, para usar uma expressão bem ao gosto do vocabulário do governador Gladson Cameli, vive como tivesse, em vários de seus setores, principalmente na Saúde e na Economia, cabeças de burros enterradas nessas áreas.

Depois da assinatura de um Protocolo de Intenções de Investimentos assinado em 31 de maio deste ano entre o governador Marcos Rocha com empresários representantes de um grupo de investidores da Coréia do Sul, para investimentos em Rondônia que devem chegar a R$ 600 milhões na consolidação do setor de infraestrutura, unidades de processamento de grãos e minérios, com a melhoria do setor portuário e outras ações que devem gerar empregos e contribuir com o PIB (Produto Interno Bruto) do Estado, o governo rondoniense agora caiu nas graças dos chineses, interessados em comprar no Brasil 17 milhões de toneladas de soja/ano, estabelecendo contratos com validade para dez anos. A maior parte desses estoques atende à indústria esmagadora para fabricação de óleo comestível e boa parte desses números devem sair de Rondônia.

A manifestação de interesse dos chineses por importações diretas no Brasil e também no estado de Rondônia foi feita em Porto Velho na última terça-feira (25) pelo consultor chinês Jack Hon e seu sócio, Kuo Tsing Liu, ambos da CABS Brazil, numa reunião com o vice-governador José Jodan. Eles estavam acompanhados do empresário Beto Soccol.

A clientela dessa empresa é formada por estatais e semi-estatais chinesas. Nesta safra, as primeiras exportações de Mato Grosso para lá totalizaram 120 mil toneladas. Jodan disse-lhe que o governador, coronel Marcos Rocha, está bem empenhado em promover o desenvolvimento das exportações.

A tratativa inicial limitou-se à abertura de futuros negócios. É a primeira viagem de Jak Hon a Rondônia. No mês passado, a comercialização de soja do Brasil disparou, por causa da maior demanda da China, preços e prêmios nos portos pelo produto brasileiro fortalecidos e um dólar acima de R$ 4, conforme relatos do mercado.

Um volume de pouco mais de cinco milhões de toneladas de soja para exportação, o equivalente a uma centena de navios, rodou no mercado para embarques em junho, julho e agosto, informou o pesquisador Lucílio Alves, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

O coordenador de comércio exterior na Superintendência Estadual de Desenvolvimento Econômico e Infraestrutura (Sedi), Anderson Fernandes, pediu informações dos empresários a respeito das importações e apresentou-lhes o potencial produtivo rondoniense.

O superintendente de Portos e Hidrovias, Amadeu Hermes Santos da Cruz, destacou que o sistema portuário rondoniense avança e deve melhorar consideravelmente até 2020, com a ampliação das exportações de madeira, milho e algodão. “Só de carne bovina para Hong Kong, exportamos US$ 60 milhões de janeiro até agora”, ele exemplificou.

No comparativo com o vizinho Mato Grosso, Rondônia leva vantagem, ele apontou. “Hoje eles cultivam dez milhões de hectares, colhendo em média de três toneladas/ha, enquanto nós alcançamos quatro t/ha”.

O mais importante, conforme analisou o superintendente, é a somatória das safras movimentadas pelo porto organizado em Porto Velho, oriundas das seguintes áreas: 1,5 milhão de ha de área cultivada no estado, 4,8 milhões de ha de áreas degradadas, totalizando 6,3 milhões de toneladas.

A esse volume somam-se 1,5 milhão de toneladas da produção do sul do Amazonas e sete milhões da Bolívia. Obras de ampliação no porto possibilitarão o aumento da capacidade de movimentação de cargas das atuais cinco milhões de toneladas de cargas para 21 milhões de toneladas até janeiro de 2020, prevê Amadeu.

O maior avanço ocorrerá com o armazenamento de grãos, cuja estrutura de silos custa R$ 1 bilhão no atual modelo. A superintendência adotou tecnologia australiana, reduzindo esse custo para R$ 200 milhões. “Miritituba (PA) já faz isso, com êxito”, ele comentou.

Para Amadeu, com novas soluções tecnológicas será possível colocar cargas de aproximadamente dez mil caminhões/dia; atualmente eles são apenas 2,5 mil nos 45 portos existentes, incluindo 17 de barranca. Trinta balsas para o transporte de grãos operam atualmente em 80% do Rio Madeira.

Com os governos bolivianos dos departamentos de Beni, Pando e Santa Cruz, o Governo de Rondônia está negociando um tratado internacional para que os rios Guaporé e Mamoré sejam concedidos à superintendência de portos e hidrovias. “Esse tratado, denominado Madeira-Mamoré, deverá substituir o Tratado de Petrópolis”, disse.

Por Tião Maia – Redação Rio Branco

 

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