As constantes quedas no serviço de telefonia e internet na cidade de Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, intensificaram os danos aos comerciantes durante o período de pandemia do novo coronavírus. Os prejuízos variam desde as entregas via delivery, a pagamento com cartão de crédito e atraso em boletos que resulta em juros.
É o que pontua o presidente Presidente da Associação Comercial do Alto Juruá (Acaj), Luis Cunha. Na manhã dessa quinta-feira (30), por exemplo, foi registrada a última queda, as cidades da região chegaram a ficar cerca de quatro horas sem sinal.
“Tem acontecido com muita frequência e por longos períodos as quedas de sinal de telefonia e internet aqui na região do Juruá. Isso atrapalha muito a vida das empresas, porque elas ficam impedidas de fazer, agora durante a pandemia, as entregas via delivery, os recebimentos através da máquina de cartão de crédito, a emissão do cupom fiscal que também é um sistema on-line. Sem o sinal não acontece”, lamenta o presidente.
Cunha afirma que no geral, praticamente, as empresas não conseguem exercer suas atividades normalmente.
“Especialmente uma coisa que atrapalha muito são os pagamentos de boletos que ficam para o dia seguinte e incide em multas e juros pelo atraso. Então realmente é algo que a gente tem que tomar providência, tem que cobrar, não pode ficar dessa forma porque tem sido muito frequente a queda do sinal de telefonia aqui na região”, acrescenta.
Quedas no sinal de telefonia em Cruzeiro do Sul intensificam prejuízos durante pandemia — Foto: Divulgação/arquivo Araújo
MP investiga
No mês de maio, um inquérito civil foi instaurado pelo Ministério Público do Acre (MP-AC) para investigar a qualidade no serviço de telefonia e internet na cidade de Cruzeiro do Sul e demais municípios do Vale do Juruá. De acordo com o órgão, a investigação foi iniciada após constantes quedas do serviço.
Na época, a cidade ficou sem os serviços por cerca de 9 horas. O promotor Iverson Bueno afirma ainda que o inquérito que investiga o problema já foi encaminhado ao Judiciário com pedido de urgência por causa do período de pandemia.
“Já temos uma ação judicial tramitando e o Ministério Público já peticionou. A nossa parte já fizemos, principalmente pedindo a condenação da Oi e também estamos pedindo a tutela antecipada em razão da pandemia, com urgência”, diz.
O promotor pede que a empresa seja condenada com multa diária, caso o serviço não seja restabelecido em até três horas. E alega que há unidades nos municípios de Cruzeiro do Sul, Sena Madureira, Tarauacá e Rio Branco e que é possível deslocar a que estiver mais próxima ao local para fazer o reparo necessário.
“É ai que estou pedindo a condenação das empresas inclusive com pedido de tutela antecipada no máximo em até três horas, sob pena de multa por hora de atraso”, pontua.
O promotor ainda acrescenta que as quedas podem ser inevitáveis, mas, que pelo menos o restabelecimento deve ocorrer no menor espaço de tempo.
“É humanamente impossível dizer que não vai ter queda, principalmente porque os casos lá a maioria são vandalismos, pelo menos é o que a empresa informa e alguns são comprovados”, conclui.
G1