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sexta-feira, julho 26, 2024

Após o AC se tornar livre da aftosa sem vacinação, pecuaristas podem economizar mais R$ de 10 milhões por ano

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Após o Acre alcançar o status sanitário de livre da febre aftosa sem vacinação, os pecuaristas dos estado podem economizar mais de R$ 10 milhões anualmente, sem precisar comprar a vacina duas vezes ano, nos meses de maio e novembro, quando eram realizadas as campanhas de vacinação dos rebanhos.

“Com a retirada da vacina, são 3,5 milhões de cabeças, a dose hoje deve estar em torno de R$ 1,50, a R$ 2, ou seja, seriam R$ 7 milhões mais ou menos”, informou o presidente do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), José Francisco Thum.

Com o preço da vacina a R$ 1,50, em cada campanha, seria gasto pouco mais de R$ 5 milhões e nas duas campanhas que eram feitas anualmente, o valor seria de mais de R$ 10 milhões.

O reconhecimento do Acre como livre da aftosa ocorreu por meio da assinatura de uma instrução normativa pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), no último dia 11 de agosto. A medida veio após mais de 15 anos de o estado estar livre da doença.

Em março deste ano, o estado tinha passado por uma auditoria para se tornar zona livre da aftosa sem vacinação, mas não foi aprovado. Só quatro meses depois, com a nova avaliação, foi reconhecido.

O Acre tem um rebanho estimado de 3,5 milhões de bovinos e, ao longo do ano, o estado chega a movimentar R$ 1,5 bilhão e, com o novo status, o agronegócio abre novas portas e pode alcançar mercados mais exigentes e que pagam mais.

Com a economia para os pecuaristas, Thum afirma que mesmo que sejam mantidas despesas com outras vacinas, ainda pode sinalizar com a geração de novos empregos, por exemplo.

“O pecuarista é quem está sendo o grande beneficiado nesse caso, porque é ele quem vai deixar de vacinar e é um investimento privado. E, sobrando dinheiro para o pecuarista, ele pode investir em novas tecnologias, geração de novos empregos. É nesse sentido que acho que ajuda”, complementou.

Declaração

Apesar de o estado ter dado um grande passo e se tornar livre da aftosa sem a vacina, o presidente do Idaf afirmou que o manejo deve continuar sendo feito e outras vacinas não podem ser esquecidas.

“O manejo dentro das propriedades continua, têm outras vacinas como raiva, brucelose, carbúnculo e vermifugação, os pecuaristas vão continuar o manejo sanitário e a única coisa que se exclui desse manejo é a vacina da aftosa”, pontuou.

Apesar de estar livre da vacina, Thum ainda afirmou que o registro dos rebanhos deve continuar sendo feito duas vezes ao ano.

Processo

O Acre passou por um processo até ser reconhecido como área livre da aftosa. Ainda em 2019, o estado recebeu uma quantia de R$ 2 milhões para investir na melhoria das unidades no estado.

Em março, equipes do governo federal fizeram as últimas vistorias relacionadas à estrutura física, controle e de pessoal para saber se estavam adequadas para garantir a vigilância sanitária da produção de gado.

Já nesta segunda vez, a auditoria ocorreu por meio de vídeoconferência, no mês de julho, e depois foi encaminhada a documentação para o Ministério. O presidente disse que o próximo passo é preparar para a auditoria da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) que deve ocorrer no ano que vem, para que o estado receba o selo definitivo.

Com a mudança, vêm as oportunidades. Thum afirma que ainda não foi feita uma projeção de quanto pode aumentar a movimentação financeira, mas que esta deve ser uma consequência.

“Estimativa exata ninguém tem, mas, com certeza, haverá uma grande valorização com esse novo status sanitário. Tanto que hoje pela manhã pessoas de São Paulo, Mato Grosso estavam me ligando, isso para a gente ter noção da dimensão que isso tomar a nível de Brasil”, concluiu.

Suspensão da vacinação

A primeira etapa da vacinação contra a febre aftosa, que seria no mês de maio, foi suspensa no Acre pelo Ministério da Agricultura e Pecuária e Abastecimento (Mapa). Mesmo assim, os pecuaristas precisam declarar o rebanho e, por isso, o órgão estuda uma maneira para que isso seja feito pela internet. O prazo para envio das declarações começa dia 1º de maio e segue até 15 de junho.

Mas, mesmo com a vacinação suspensa, o estado continuou com as ações para ser certificado como área livre de aftosa sem vacinação.

Fonte: G1 Acre.

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