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quinta-feira, abril 25, 2024

Mãe de picolezeiro morto por policial penal no AC diz que briga começou após ele defender uma pessoa: ‘Perdi meu filho’

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A família do vendedor de picolé Gilcimar da Silva Honorato, de 38 anos, morto com dois tiros nesse sábado (12), disse que ele nunca esteve envolvido em brigas e que no momento em que ele foi morto tentava defender uma pessoa que estava sendo agredida pelo policial penal Alessandro Rosas Lopes.

Honorato foi atingido com dois tiros pelas costas disparados por Lopes. O crime ocorreu nas proximidades de um bar no Conjunto Esperança, em Rio Branco. O suspeito disse que agiu em legítima defesa, após ter sido atingido por uma facada no ombro dada pela vítima. Já a polícia afirma que tem um vídeo que confirma que o policial penal cometeu um homicídio doloso – quando há intenção de matar.

“Sei que ele estava vendendo picolé, passou pelo bar e esse agente estava bebendo, quando ele passou pelo local, teve um deles que chamou meu menino para comprar picolé. Ele fez a volta e vendeu o picolé e tinha essa briga dentro do bar, esse homem da polícia batendo no outro e, como ele conhecia todo mundo lá, foi tentar interromper a briga”, contou a mãe de Honorato, Lucinda Severo.

O advogado Alcides Pessoa, que acompanhou o policial penal na delegacia, confirmou a versão de que houve a discussão com uma terceira pessoa.

“Ele [Alessandro] comentou que teve a discussão e que não era com o Gilcimar, foi com um terceiro. Não falou o nome. Aí parece que o picolezeiro se meteu e houve a briga, teve empurrões e lá ele bateu no cara [Gilcimar], que puxou a faca e esfaqueia, tentando acertar ele [Alessandro] na face, que desvia e acerta no ombro. Nesse momento, ele corre para o carro, e contou que o Gilcimar correu atrás dele, só que quando viu que tinha pegado a arma, correu e ele atirou. Essa foi a informação que ele repassou”, contou.

O advogado disse ainda que o delegado desqualificou a tese de legítima defesa e que no início da manhã deste domingo (13) ainda aguardava para ser chamado para a audiência de custódia.

“A defesa vai tentar trabalhar para manter a legítima defesa, ele foi esfaqueado, desviou. Se não desvia, teria pegado no rosto ou pescoço dele e poderia ter ido a óbito. Então, foi uma reação espontânea e até profissional. Até porque ele é um agente de segurança pública. A defesa vai trabalhar e vamos pegar tudo o que for preciso para dar um julgamento justo”, acrescentou.

Alessandro Lopes foi preso por homicídio doloso pela morte de Gilcimar da Silva Honorato — Foto: Arquivo pessoal

‘Quero justiça’

Abalada, a mãe disse que passou mal quando recebeu a notícia. Ela pede justiça pela morte do filho. Lucinda contou que o vendedor deixou um filho e lamentou, porque ele é quem a ajudava.

“Quero justiça. Porque do jeito que ele fez com o meu filho, pode fazer com qualquer outro, e até mesmo com uma mulher. Nunca vi um policial bêbado, no bar a noite toda com uma arma de fogo. Ele já vem com intenção de fazer o mal a qualquer um próximo. Eu tinha dois homens e duas mulheres e fiquei com um homem só. Ele quem me ajudava em tudo, fazia o dinheirinho dele e mandava para mim. Perdi meu filho. Não sei o que eu faço”, chorou.

Fonte: G1.

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