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sexta-feira, março 29, 2024

Nova praga assusta produtores rurais no Acre

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Uma nova praga, conhecida como pulguinha-do-arroz, tem causado danos às pastagens em formação no Acre, em vários municípios. Casos semelhantes estão sendo registrados pelo país à fora. A praga é um besouro preto e brilhante que ataca plantas no início do desenvolvimento.

Apesar de ter tido o primeiro registro na década de 1996, ou seja, há 24 anos, o número de casos com o registro do besouro aumentou consideravelmente a partir do ano de 2014, chamando a atenção de instituições com a Embrapa, que pesquisa a praga.

Segundo pesquisador da Embrapa Acre, Rodrigo Santos, a pulguinha-do-arroz se alimenta de várias espécies vegetais como cana-de-açúcar, milho, trigo e arroz polífago. Na fase adulta, a praga remove o tecido da epiderme da planta, o que causa manchas esbranquiçadas nas folhas.

Os danos severos podem levar à morte da forrageira, enquanto as larvas do inseto ficam no solo alimentando-se das raízes. “O ataque acontece na fase crítica de desenvolvimento da planta, com considerável desgaste, e algumas não se recuperam. Além disso, algumas espécies da praga também são transmissoras de viroses”, explica o pesquisador em entrevista ao Jornal A Tribuna.

Os danos causados nas pastagens vão desde a morte de plantas até a perda total de semeaduras, como relata o produtor rural Rafael Mamud, morador do município de Bujari (AC). “A primeira vez que o ataque aconteceu, há quatro anos, eu perdi toda a semente que joguei. Não conhecia a praga e tive que semear novamente”, lembra o produtor.

Ainda de acordo com Mamud, a praga atingiu inclusive o capim da área de terra que tem. “Percebi quando o capim estava com cinco centímetros e começou a ficar amarelado e morreu. No segundo ataque, eu usei um inseticida recomendado pelo engenheiro-agrônomo, de efeito sistêmico, e o controle deu certo”, comenta.

MÉTODOS DE CONTROLE – Por ser uma praga nova, ainda não há estratégia de controle bem definida para a pulguinha-do-arroz, nem produtos registrados pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA). Entretanto, existem técnicas que podem ser usadas para diminuir o ataque à plantação.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Acre, Carlos Maurício de Andrade, o produtor deve monitorar o pasto que está sendo retomado, durante as primeiras semanas após o plantio. Deve observar se há sintomas de ataque para identificação da praga.

“O que temos recomendado aos pecuaristas é uma forma preventiva de controle, para que escolham sementes tratadas com inseticidas registrados para pastagens para tentar minimizar o problema do ataque”, afirma.

Andrade também orienta que o produtor rural deve consultar um engenheiro-agrônomo, caso seja detectado alta incidência de ataque dessa praga. O profissional vai recomendar um inseticida aprovado para aplicação nas pastagens, após uma verificação do nível da incidência na área.

  • João Renato Jácome, do Notícias da Hora.
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