Um vídeo mostra o momento em que uma jovem de 21 anos foi agredida pelo marido em uma suíte de um resort de luxo, no Lago de Manso, em Chapada dos Guimarães, a 65 km de Cuiabá.
As imagens foram gravadas por outros hóspedes do local. No vídeo, é possível ver e ouvir a discussão do casal por uma das janelas do apartamento.
De acordo com a Polícia Militar, a vítima, Helen Machado, solicitou ajuda a funcionários do hotel depois da agressão.
No local, uma mulher de 32 anos, que se apresentou como filha do suspeito, tentou impedir que os policiais entrassem no bangalô, onde estava o pai.
Segundo o boletim de ocorrência, a filha estava bastante alterada e insultou e agrediu os policiais com tapas. Ela ainda bateu nos funcionários do hotel e teve que ser algemada.
Ao saber que seria encaminhado à delegacia, o suspeito resistiu à prisão e assim como a filha, precisou ser algemado.
O pai e a filha foram conduzidos à delegacia de Chapada dos Guimarães. A mulher foi liberada mediante termo de compromisso e o suspeito da agressão, autuado em flagrante pela lei Maria da Penha.
Nas redes sociais, Helen Machado desabafou.
“Só quero que pague o sofrimento que passei e sinta todo o medo e pavor que senti”, diz./i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2021/d/T/309qnORhasDq5UxB1eig/story.png?w=696&ssl=1)
Helen desabafou nas redes sociais com foto de vídeo que foi gravado da agressão e será entregue a polícia — Foto: Reprodução/Redes sociais
A jovem também diz que é provável que o agressor fique impune.
“Infelizmente o dinheiro paga a justiça e já já ele está livre”, desabafa.
De acordo com a Corregedoria de Justiça, a vítima foi ouvida e não quis manter a prisão do suspeito ou solicitar medidas protetivas. Com isso, o Ministério Público solicitou a soltura do marido e a Justiça acatou.
No entanto, mesmo sendo solto, o homem, que tem 52 anos, passa a ser monitorado por tornozeleira eletrônica.
“Ele começou a me enforcar dentro do banheiro, quando tentei fugir. Assim que fechei meus olhos, ele achou que eu ia desmaiar e me soltou. Eu cai no chão do banheiro e comecei a cuspir sangue por que ele já tinha batido muito na minha boca. Eu comecei a gritar o filho dele de 5 anos para ver se ele parasse com as agressões na presença do filho, mas não adiantou”, relatou ao Única News.
A jovem contou que estava na piscina com o marido e os dois do marido filhos no resort, quando por discussão “normal” de casal, ela resolveu sair do local e sentar no restaurante sozinha. Em seguida, ela disse que resolveu subir ao quarto para dormir e sabendo da agressividade do marido, trancou a porta.
Nédio chegou na porta do quarto e começou a gritar por Helen mandando que abrisse. A jovem disse que não abriria enquanto ele não se acalmasse. Sabendo que ele ia tentar entrar, ela colocou o celular para gravar.
“Ele ficou nervoso e deu um chute na porta, quebrou a porta. Quando conseguiu entrar, ele começou a me bater muito, na boca, nas pernas, que estou até com dificuldade de andar. Eu consegui me defender um pouco com os braços, mas não foi o suficiente. Eu me joguei pela janela do banheiro para fugir dele”, lembrou.
Helen caiu na grama, bateu a cabeça e perdeu a visão no momento. Ela relatou que caída no jardim, conseguiu ver Nédio indo em sua direção, porque conseguiu enxergar um pouco embaçado a luz do celular, que estava na mão dele.
Segundo ela, correu para uma região de mato que fica atrás dos bangalôs e começou a se rastejar para que o marido não a enxergasse. “Eu não sei da onde tirei forças. Só pedia pra Deus me ajudar a todo momento”.
A jovem continuou contando ao Única News que assim que percebeu que ele não estava mais atrás dela, entrou em uma porta de entrada de funcionários do resort gritando por socorro.
“Subia as escadas e batia em todas as portas do quarto, até que um rapaz ouviu e abriu. Entrei e eu mesma tranquei a porta. Eu entrei pedindo socorro e ele não entendia o que estava acontecendo, mas me acolheu e ajudou. Nisso, a polícia já estava a caminho, porque um casal tinha visto pela janela as agressões e chamou ajuda dos policiais”, contou.
Ela disse que só se sentiu mais segura, quando os seguranças do local deram todo o apoio até que a polícia chegasse. Depois que a polícia chegou, todos foram encaminhados à delegacia.
Helen disse que deve prestar depoimento à polícia somente nesta segunda-feira (25), pois está abalada psicologicamente e sem condições físicas.
“Não quero dinheiro de ninguém, só quero que sinta a angústia do medo e dor que senti e ao fechar meus olhos, via a morte em minha frente. A dor que estou sentindo no meu corpo, não paga 100 anos de cadeia que ele merece”, disparou.