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segunda-feira, março 18, 2024

Artigo: O ano da marmota!

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Em 1993 entrou em cartaz a comédia GroundhogDay’ (que significa Dia da Marmota em inglês). No Brasil o título é ‘Feitiço do Tempo’, o filme mostra as agruras de um repórter que viaja para uma cidade para cobrir a festa do “Dia da Marmota” e acaba se descobrindo preso infinitamente no mesmo dia, que se repete. Todo dia ele acorda e revive os fatos do dia anterior.

Lembrei-me deste filme na semana passada, quando vários estados, incluindo o Acre, decretaram, novamente, o lockdown. Quase que exatamente um ano depois do fecha tudo de março/abril de 2020, tivemos aquela estranha sensação de ‘déjà-vu’. Novamente, empresas e serviços não essenciais fechados.

Os dados da pandemia no Brasil, infelizmente, pioram a cada dia. Escrevo este texto quando nos aproximamos da triste marca de duas mil mortes por dia. Algo inconcebível e inadmissível. Já não são apenas nomes desconhecidos, mas são colegas de trabalho, amigos e parentes.

Ao verificar os números de novos casos e mortes no Reino Unido e Portugal, para ficar em dois exemplos, é impossível não reconhecer a eficiência da utilização do lockdown para reverter a cursa de casos e evitar o colapso do sistema de saúde.

Igualmente, é difícil não reconhecer que não somos Reino Unido e Portugal, países ricos e desenvolvidos. Sem a estrutura e formas de proteção social que existem naqueles países, realizar o lockdown aqui é condenar milhares de pessoas, que dependem do trabalho diário para conseguir alimentar a si e sua família, à situações extremas e desesperadoras.

O retorno do auxílio emergencial e medidas de ajuda aos empresários dos setores atingidos pelo lockdown são fundamentais para evitar a miséria e fechamento definitivo de lojas, bares, restaurantes e demais empresas.

Outro ponto fundamental é a necessária conscientização da população em relação às medidas de distanciamento social. Evitar aglomerações, festas e confraternizações nestes tempos é salvar vidas. Usar máscara e lavar as mãos são atitudes que precisam ser incorporadas em nossas rotinas diárias.

E, claro, é urgente a disponibilização de vacinas para todos o mais breve possível. Israel, que é o país que mais vacinou no mundo, mostra, de forma inequívoca, como o avanço da vacinação provoca uma queda evidente nos números de mortes e novos casos.

O que todos nós queremos é acordar deste ‘ano da marmota’, deste pesadelo que parece interminável. As soluções já são conhecidas e alguns países já se aproximam do fim da pandemia. Precisamos de coragem política para que as decisões corretas sejam tomadas, atitudes certas realizadas (por parte dos governos e da população) e mortes evitadas​.

César Gomes de Freitas é professor do Instituto Federal do Acre. Possui Pós-Doutorado pela Universidade Federal Fluminense, doutorado pelo IOC/Fiocruz, mestrado pela UCDB e é bacharel em Administração e Ciências Contábeis

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