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terça-feira, março 19, 2024

Presidente do PT Acre nega que encontro com senador Petecão tenha caráter político

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Tampar o sol com a peneira descreve bem a publicação do presidente estadual do PT Acre, Césario Braga, em que o mesmo nega que a sua vista à Fazenda Boi Cagão, de propriedade do senador Sérgio Petecão, tenha sido para tratar de política, conforme explicitado anteriormente em matéria de Luciano Tavares no Notícias da Hora. Cesario quer nos fazer crer que sua ida tenha sido ‘somente’ para falara sobre a crise da pandemia no estado.

Recentemente o senador perdeu um assessor para o COVID

Corre que, para quem acompanha as publicações no estado, a aproximação entre setores do PT e Petecão é tão evidente que soa pueril a tentativa de Cesario em ocultá-la.
O próprio Cesario vem ensaiando uma aproximação com o grupo de Petecão, que formou uma uma espécie de ‘direita da direita’ dentro da base de apoio de Gladson. Petecão, Bocalom, Wherles e Mara Rocha fazem parte desse grupo, que ainda teria algum apoio dos Sales. Cesário declarou voto em Bocalom no segundo turno das eleições de Rio Branco, um gesto de aproximação.

Também já ficou evidente que há uma sinergia entre as críticas destinadas ao governo de Gladson que partem de Petecão e de alguns setores do PT. Nos ataques à Gladson, (setores do) PT e Petecão parecem ser uma só voz.
Os objetivos dessa sinergia também já estão cristalinos: Jorge Viana almeja sair candidato ao senado com o apoio de Petecão. A disputa seria pela vaga de Mailza Gomes (PP), suplente de Gladson que assumiu o senado. A senadora Mailza vem surpreendendo e foi importante na costura de diversas candidaturas municipais.

Tanto Gladson quanto Petecão e Bittar elegeram-se na onda do antipetismo e do bolsonarismo, mas há diferenças nos posicionamentos em relação à pandemia. Gladson, tem evitado entrar em confronto direto com Bolsonaro e o bolsonarismo, que possui uma militância radicalizada, mas suas posições o afastam do discurso negacionista de Bolsonaro.

Já Petecão, reproduz em boa medida as falácias bolsonaristas, estando em ressonância direta com os segmentos identificados com esse discurso negacionista no estado. Jorge Viana é crítico ao bolsonarismo, mas a ambição de voltar ao senado, pode colocá-lo no mesmo palanque de Petecão.

É preciso que se diga que nem todo PT pode estar de acordo com a estratégia

Nas eleições municipais, o mesmo Cesário tentou forçar uma aliança com Vagner Sales em Cruzeiro do Sul, mas o PT municipal, file ao seu histórico de luta contra o coronelismo, não aceitou.

A situação do PT é de fato, bastante difícil devido à alta rejeição. É praticamente consensual que o partido tem alguns dos melhores quadros técnicos e políticos do estado, e qualquer pessoa sensata admite que Jorge Viana ainda é um dos maiores nomes da política acreana, mas fica mais complicado quando a questão central passa a ser a rejeição à legenda.

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