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sexta-feira, abril 19, 2024

Acre e Rondônia estreitam cooperação para reconhecimento por organização internacional

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Os dois estados também possuem ações interligadas no combate a crimes no ramo da agropecuária.

Os estados do Acre e de Rondônia, por meio dos seus respectivos órgãos de defesa sanitária animal, o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf) e a Agência de Defesa Sanitária Agropastoril (Idaron), têm mantido, há muitos anos, uma relação estreita no que diz respeito às ações em favor do desenvolvimento do ramo econômico nas duas unidades da federação.

Tem sido assim quanto aos esforços despendidos para manter a condição de estados livres de febre aftosa sem vacinação, status alcançado em 2020, junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a partir de ações conjuntas, alinhamento de atividades e compartilhamento de informações entre os dois estados que compõem o Bloco 1 do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção de Febre Aftosa (Pnefa).

O intercâmbio entre Acre e Rondônia nesta área tem uma importância muito grande na garantia da segurança sanitária dos produtores rurais dos dois estados, de acordo com o presidente da Idaron, Júlio Peres, que esteve visitando alguns municípios acreanos, nesta sexta-feira, 16, junto com o presidente do Idaf, Francisco Thum.

Em Xapuri, acompanhados do diretor-técnico do Idaf, Jessé Monteiro, os dois dirigentes das agências de defesa animal participaram de uma entrevista na Rádio Aldeia FM, onde falaram a respeito dos recentes avanços obtidos pelo setor agropecuário nos dois estados e também dos problemas que são enfrentados pelos dois órgãos de defesa.

Entre os problemas, está a ocorrência nos dois estados da ação de grupos criminosos que atuam na prática de ilícitos tributários, falsidade ideológica, corrupção ativa e lavagem de capitais no ramo da agropecuária. Tanto em Rondônia quanto no Acre, estão em curso, na atualidade, operações policiais que estão desmantelando quadrilhas voltadas para essas práticas.

“Vivemos, atualmente, um momento magnífico e de muita pujança no setor agropecuário que nós não podemos permitir que seja manchado por essas ações de fraude que causam insegurança para esse cenário econômico. Para isso, nós temos muitos anos de trabalho e de relação de confiança entre produtores e o Estado, representado pelas agências”, disse Júlio Peres.

O presidente do Idaf, Francisco Thum, comentou o atual momento da pecuária do Acre, de valorização do gado acreano nos mercados interno e externo, destacando a importância dos investimentos feitos pelo governo estadual e da atuação das unidades locais do órgão e parceiros para a obtenção da retirada da vacina contra a febre aftosa como resultado de uma luta de mais de duas décadas.

“Não podemos esquecer o empenho de todos os envolvidos nesse processo junto com o governo do estado, desde os produtores, que entenderam que o papel do Idaf é o de proteger o patrimônio pecuário acreano, passando pela dedicação dos servidores do órgão, e não esquecendo do Fundepec (O Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Acre), que é um grande parceiro nessa empreitada”, disse Thum.

Para o diretor-técnico do Idaf, Jessé Monteiro, a retirada da vacinação contra a febre aftosa foi a porta de entrada da agropecuária da região para o novo momento que a atividade vive na atualidade. No entanto, ele diz que ainda falta o que se conquistar, como o reconhecimento internacional pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE).

“É uma condição que precisa ser defendida e nós não podemos descuidar da vigilância relacionada à sanidade do nosso rebanho e de qualquer situação que ponha em risco essa condição. O Idaf é o guardião do patrimônio pecuário do Acre e temos contado com a colaboração dos produtores nas notificações de problemas que indiquem qualquer risco”, disse o médico veterinário.

A auditoria da OIE está marcada para ocorrer no próximo mês de maio. A expectativa é muito positiva, de acordo com os dirigentes das agências de defesa sanitária, pois organização já sinalizou com parecer favorável para o reconhecimento dos estados que compõem o Bloco I do Pnefa, que são Acre, Rondônia, Rio Grande do Sul e Paraná, além regiões do Amazonas e de Mato Grosso.

Fake Bois e Boi Fantasma

Nos últimos meses, as polícias civis do Acre e de Rondônia desencadearam duas operações de nomes parecidos e de objetos de investigação também assemelhados: a atuação de grupos criminosos que agem em esquemas de fraudes contra os sistemas de emissão de guias de transporte animais e inserção de dados falsos nos cadastros de rebanhos nos órgãos de defesa.

No Acre, a Polícia Civil, por meio do Grupo de Enfrentamento aos Crimes Contra a Ordem Tributária (Gecot), em ação conjunta com o Idaf desencadeou a segunda fase da operação “Fake Bois”, que havia sido iniciada no mês anterior, cumprindo vários mandados de busca e apreensão na capital, Rio Branco, em Senador Guiomard e Capixaba. Um suspeito de envolvimento nas fraudes foi preso.

Em Rondônia, na última terça-feira, 13, entrou em curso a operação “Boi Fantasma”, em combate aos crimes de associação criminosa, falsidade ideológica, corrupção ativa, crimes tributários e lavagem de capitais. No total, foram cumpridos 7 mandados de busca e apreensão em localidades urbanas e áreas rurais nos municípios de Cacoal, Ariquemes, Nova Mamoré e Lábrea, no Amazonas.

Rebanho valorizado

Com mais de 3,5 milhões de cabeças de gado, o rebanho acreano teve uma valorização de mais de 100% nos últimos anos, passando de R$ 5,7 bilhões em 2019 para o patamar de cerca de R$ 12 bilhões na atualidade. O setor gera 75 mil postos de trabalho em toda a cadeia e é o terceiro que mais movimenta economicamente o PIB do estado, com cerca de R$ 1 bilhão anualmente.

Com informações Ac24horas
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