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terça-feira, março 19, 2024

CPI: Aziz suspende reunião após Flavio Bolsonaro chamar Renan Calheiros de ‘vagabundo’

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O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI da Covid, suspendeu a reunião da comissão por volta das 17h10 desta quarta-feira (12), após o senador Flavio Bolsonaro (Republicanos-RJ) ter chamado o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), de “vagabundo”, gerando um bate-boca na comissão.

Flavio Bolsonaro não é integrante da CPI, mas pediu a palavra. Ao mencionar o fato de Renan ter defendido a prisão de Fabio Wajngarten – ex-secretário de Comunicação da Presidência que prestou depoimento nesta quarta –, Flavio declarou: “Imagina a situação: um cidadão honesto ser preso por um vagabundo como Renan Calheiros. Olha a desmoralização.”

Após ser chamado de vagabundo, Renan disse que considerava o xingamento um “elogio” vindo de um parlamentar como Flavio.

“Vagabundo é você, que roubou dinheiro de pessoal no seu gabinete”, afirmou Renan Calheiros. “Você que é”, emendou.

Na sequência, Flávio Bolsonaro disse que Renan quer “aparecer”, usar a CPI como “palanque” e usou um palavrão: “Se f…”.

Omar Aziz, então, pediu calma aos senadores. “Estou tentando equilibradamente tentar conduzir as coisas e as agressões entre senadores, isso não vai levar a lugar nenhum”, disse o presidente da CPI.

Após o bate-boca, Renan foi questionado por jornalistas se entrará com ação no Conselho de Ética do Senado contra Flávio Bolsonaro. Respondeu que não. “Eu não vou me misturar com esse tipo de gente”, disse.

Antes do bate-boca, no entanto, Omar Aziz já havia alertado que reunião seria suspensa devido à sessão do plenário do Senado.

Wajngarten prestou depoimento à CPI na condição de testemunha, na qual a pessoa se compromete a dizer a verdade, e Renan Calheiros, assim como Omar Aziz, entendeu que o ex-secretário do governo mentiu em alguns trechos.

Renan Calheiros afirmou que Wajngarten mentiu de forma “descarada”, causando “desrespeito” e “desprestígio” à CPI.

Presidente pede ‘cautela’

Em meio à discussão levantada por Renan sobre uma eventual prisão de Wajngarten, Omar Aziz disse ser preciso ter “muita cautela” para não parecer que a CPI é um tribunal que está “condenando”.

“Não é impondo a prisão de alguém que a CPI vai dar resultado”, destacou. “Se depender de mim, eu não vou mandar prender”, acrescentou, em seguida. Aziz argumentou ainda que não agiria como “carcereiro”.

Diante disso, Renan argumentou que houve “flagrante” mentira de Wajngarten. Aziz, antes que Renan concluísse a fala, disse que não é “idiota” e que já havia dito aos parlamentares que não mandaria prender o ex-secretário do governo.

“Se este depoente sair daqui ileso diante das mentiras, vamos abrir uma porta, escancarar uma porta que depois vamos ter muita dificuldade para fechar. […] É óbvio que isso vai enfraquecer a comissão”, respondeu Renan, ao se dirigir a Aziz.

“Prisão? Eu não farei isso. Eu não farei isso”, respondeu Aziz.

Renan, então, disse que a CPI não pode deixar que o “espetáculo” volte a acontecer.

“Me entenda, por favor. Quero passar adiante. Essa questão, para mim, está encerrada”, concluiu Aziz.

Wajngarten foi a quinta pessoa a prestar depoimento. Antes dele, já haviam falado à CPI os ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich; o atual ministro, Marcelo Queiroga; e o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres.

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