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quinta-feira, abril 18, 2024

Aos 79 anos, professora vence o câncer, escreve livro e vai doar dinheiro da venda para Hospital de Amor no Acre

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“Tive muito medo, principalmente do tratamento. Pela minha idade, eu achava que não daria conta da quimioterapia”, lembra a professora aposentada Edir Figueira Marques, de 79 anos, autora do livro “Que será? Será! Da dúvida à esperança na cura do câncer”, com previsão de lançamento para o próximo dia 29 de outubro.

A obra conta a história de luta contra o câncer de mama e superação pela qual a autora passou. Todo o valor arrecadado com a venda será doado para o Hospital de Amor de Rio Branco, que oferece tratamento contra o câncer no estado.

A desconfiança sobre a doença surgiu após exames de rotina ainda em abril de 2019. Inicialmente, os exames deram negativo, mas ela não se contentou com o primeiro diagnóstico e, após a consulta com o especialista, veio a confirmação da doença.

“Passei por momentos muito difíceis, tive que voltar ao hospital com reações da quimioterapia várias vezes, fiquei internada, e então batia o medo, a desesperança, aquela dúvida: será que vou ficar boa? Será que vou aguentar o tratamento? Mas, felizmente, estou aqui para contar a história”, disse.

Lidar com o diagnóstico foi difícil. A professora já tinha sofrido com casos de câncer na família e isso só aumentou o medo.

Após exames feitos em dezembro de 2019, ela começou o tratamento em janeiro de 2020. Passou por sessões de quimioterapia para frear o avanço do câncer e depois seguiu para a radioterapia. O tratamento foi considerado rápido, graças aos exames preventivos.

“Esses exames de rotina, todos os anos, são primordiais para a saúde da mulher. Foi graças a isso que eu descobri logo no início o pequeno nódulo e não titubeei, de imediato fui atrás de providências para meu tratamento”, afirmou.

Tratamento em meio à pandemia

O tratamento da Edir foi ainda mais complicado porque o diagnóstico surgiu no ápice da pandemia de Covid-19. Além do câncer, ela precisou ficar confinada durante meses em um apartamento, saindo apenas para exames e consultas.

O medo era grande, já que ela estava em São Paulo, primeira cidade a confirmar caso de Covid-19 no Brasil e que passou a registrar recordes de casos e óbitos causados pela doença. Foi nesse período de isolamento que a ideia de registrar a luta em papel surgiu.

“Passei sete meses trancafiada dentro de um apartamento, só saindo mesmo para os exames e tratamento no hospital. Então, resolvi registrar, primeiro despretensiosamente, colocava a data, escrevia um pouco, fui fazendo a cada dia. E quando já estava em um volume maior, refleti e achei que valia a pena tornar em algo público.”

Com o livro, a ideia da escritora é ajudar outras mulheres e destacar a importância do diagnóstico precoce.

“O importante é que estou dedicando toda a renda do livro para o Hospital de Amor, no Segundo Distrito de Rio Branco, que faz tratamento preventivo do câncer de mama e útero. Eu que não costumo vender livros, os anteriores foram doados, agora faço questão de vender, porque será 100% em benefício do hospital. Espero que todos colaborem, porque é um hospital que veio somar e preencher uma lacuna no Acre e salvar essas mulheres dessa doença terrível.”

Edir espera que o livro alcance principalmente as mulheres para que elas se informem mais sobre a doença e busquem a prevenção. “Para que as pessoas entendam que o câncer tem cura sim, o que é preciso é descobrir com antecedência, fazer o tratamento, e ter fé e muito amor de todos para nos apoiar.”

  • Por Quésia Melo, Bom dia Acre — Rio Branco.
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