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sexta-feira, abril 26, 2024

Amazônia Legal tem segundo pior outubro da história em alerta de desmatamento mesmo com dado parcial, aponta Inpe

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A Amazônia Legal teve uma área de 796 km² sob alerta de desmatamento até 29 de outubro, mostram dados atualizados nesta sexta-feira (5) pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Mesmo com o dado parcial, a área já é a segunda maior para o mês desde que o monitoramento começou, em 2015.

O acumulado considerando os dias 30 e 31 só será atualizado na semana que vem. Os dados do monitoramento do Inpe são atualizados sempre às sextas-feiras, considerando o desmatamento encontrado até a semana anterior. Por isso, nesta sexta (5), aparecem os dados consolidados até a sexta-feira passada (29).

Os alertas foram feitos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), que produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que 3 hectares (0,03 km²) – tanto para áreas totalmente desmatadas como para aquelas em processo de degradação florestal (por exploração de madeira, mineração, queimadas e outras).

“Enquanto o mundo se reúne na COP 26 para definir cortes das emissões de gases do efeito estufa, o Brasil, que já foi líder nessas reuniões, não apresentou nada além de planos vazios que carecem de ambição e detalhamento”, avaliou Rômulo Batista, porta-voz da campanha Amazônia do Greenpeace, em relação aos números de outubro (veja detalhes da promessa do Brasil na COP mais abaixo).

“Assinar ou endossar os diferentes planos e acordos não muda a realidade do chão da floresta, o desmatamento e queimadas continuam fora de controle e a violência contra os povos indígenas e população tradicional só aumenta”, acrescentou.

“Esse total descontrole ambiental fez com que o Brasil fosse um dos poucos países a aumentar suas emissões em 2020, impulsionado justamente pela destruição da Amazônia, promovida pela política antiambiental do atual governo”, completou Batista.

‘Campeões’ do desmatamento

A Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro, e engloba a área de 8 estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e parte do Maranhão.

Mais uma vez, o Pará foi o estado com maior área sob alerta de desmatamento: 474km², equivalente a 59,5% do total. Em seguida vieram Mato Grosso, com 102km² (12,8%), Amazonas, com 90km² (11,3%), e Rondônia, com 79km² (9,9%).

O Acre teve 35km² sob alerta; Roraima, 8km²; o Maranhão, 4km²; o Amapá, 2km²; e o Tocantins, 1km².

Brasil na COP

Na COP26, que está sendo realizada em Glasgow, na Escócia, o Brasil ignorou os recordes de devastação e prometeu acabar com o desmatamento ilegal até 2028.

Segundo o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, as etapas para cumprir o objetivo serão as seguintes:

  • Redução de 15% ao ano até 2024;
  • Redução de 40% ao ano em 2025 e em 2026;
  • Redução de 50% em 2027;
  • Zerar o desmatamento ilegal em 2028.

Neste ano, o desmatamento por mineração na Amazônia bateu recorde: a área devastada até agosto superou todo o ano de 2020.

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