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sexta-feira, abril 26, 2024

Presídios Leitores: UFAC cria projeto que visa incentivar práticas de leitura nos presídios do Vale do Juruá

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A Universidade Federal do Acre (UFAC) – Campus Floresta, através do Grupo de Investigação Leitura e Vida (GIL), vem desenvolvendo o Projeto Presídios Leitores, que visa realizar atividades extensionistas que contribuam para a efetivação de práticas de leitura para o processo de humanização no contexto prisional no estado do Acre.

Segundo a professora doutora Maria José da Silva Morais Costa, idealizadora do projeto, e líder do grupo GIL, a ideia surgiu no interior do Seminário Estadual de EJA (Educação de Jovens e Adultos) que tinha como tema O Desafio da Educação nas Prisões.

“Naquela ocasião as discussões a respeito das diversas atividades educativas no contexto prisional, nos levaram a pousar o olhar para uma atividade específica de grande importância para a formação humana das pessoas privadas de liberdade. Eram as práticas de leitura, tanto as práticas livres quanto aquelas que se fazem dentro da política de remissão de pena. É aí que se insere o projeto Presídios Leitores”, explicou.

O projeto, que nasceu em Cruzeiro do Sul, busca ampliar a visão dos apenados em relação ao mundo da leitura, visando a humanização daquelas pessoas que por algum motivo estão privadas de sua liberdade.

Além da UFAC, o Instituto de Administração Penitenciária (IAPEN) e a Secretaria do Estado de Educação Cultura e Esporte (SEE) são parceiros nessa iniciativa. Essa parceria visa auxiliar as equipes técnicas dos sistemas prisionais do estado do Acre, na efetivação de práticas de leitura para as pessoas privadas de liberdade.

Ainda de acordo com a professora Maria José, também conhecida como Zeza, “Há muitas metas a serem cumpridas”, dentre elas pode-se citar a criação de um banco de avaliadores para os trabalhos produzidos pelos detentos leitores, treinamento desses avaliadores, realização de uma campanha de aquisição de acervo bibliográfico para ampliar a capacidade de leitura dentro do presídio, a sensibilização do corpo de policiais penais por meio de um círculo de leitura, criação de um núcleo para escrita de projetos e a inscrição desses projetos nos editais.

“Este projeto é importante no âmbito da discussão a respeito da leitura, uma vez que nós não temos na região do Vale do Juruá nenhuma iniciativa nesse sentido, apesar das Secretarias de Educação, tanto municipais quanto estaduais, realizarem formações de modo intensivo com os professores, o espaço para discussão da leitura como fenômeno de base para a formação humana e como instrumento capaz de melhorar a vida do cidadão no contexto prisional ainda é inexpressivo”, disse.

A constituição do Plano Estadual de Educação para pessoas privadas de liberdade egressa do sistema prisional estabelecida de 2021 a 2024 no estado do Acre, aponta 16 objetivos, dentre eles está a criação de programas de acesso à leitura. Vale ressaltar que a Legislação nacional também orienta a leitura em prisões.

A professora acredita que as ações do projeto serão capazes de intensificar o diálogo entre as vozes externas e internas da instituição penitenciária em relação a leitura. “O Projeto Presídios Leitores se coloca como ponte entre essas instituições [de ensino e educação] no sentido de apoiar a administração penitenciária na execução de atividades de leitura que contribua não só para a remissão de pena, mas sobretudo para a continuidade da formação humana desses leitores”, destacou.

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