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Após serem entregues pelo governo, ambulâncias estão paradas em 10 municípios acreanos por falta de motorista

Por falta de motorista, ao menos 18 ambulâncias, entregues pelo governo do Acre à 10 prefeituras do estado, estão paradas. Uma quebra de acordo dos municípios impede a contratação de pessoas para conduzirem os veículos.

Há dois meses, no dia 11 de setembro, o governo do estado do Acre realizou a entrega de 28 ambulâncias, 10 vermelhas do Samu e outras 18 brancas, chamadas de inter-hospitalares, para atendimentos sem urgência.

“Tivemos essa preocupação de adquirir essas ambulâncias para viabilizar o transporte dos pacientes da baixa complexidade, que tem necessidade de serem transportados aqui para a capital para o término do atendimento, mas que não correm risco de morte, como uma fratura, um pé diabético e demais patologias que não colocam em risco a vida do paciente. A falta dessas ambulâncias, se houvesse, por exemplo, um acidente grave, o paciente era preciso ser transportado em carro particular ou na carroceria de camionete do bombeiro que não é o jeito correto de transportar paciente grave”, explica Pedro Paschoal, coordenador geral do Samu.

Os municípios beneficiados com a as ambulâncias brancas foram Rio Branco, com 8 viaturas, Brasileia, Plácido de Castro, Sena Madureira, Manoel Urbano, Feijó, Tarauacá, Cruzeiro do Sul (5 ambulâncias), Santa Rosa do Purus e Jordão.

Passados cerca de 80 dias, as 18 ambulâncias brancas ainda estão paradas. Antes da entrega oficial das ambulâncias, em 23 de agosto deste ano, o governo pactuou com os municípios que iriam receber as ambulâncias brancas de que as viaturas ficariam nos hospitais e que a única obrigação das prefeituras seria a contratação dos condutores das ambulâncias.

O documento foi assinado pela secretária estadual de saúde, Paulo Mariano, e pelo presidente do conselho das secretarias municipais de saúde (Cosems), Agnaldo de Souza Lima, que, na época, também era secretário de saúde de Cruzeiro do Sul.

“O que foi pactuado é que o estado é responsável pela compra da ambulância, pela manutenção, o estado também é quem se responsabiliza pelos insumos, como medicamentos e oxigênio que vêm na ambulância, e até pelo abastecimento. A única responsabilidade dos municípios era a contratação dos motoristas para dirigir as viaturas, já que o estado tem um impedimento por conta da Lei de Responsabilidade Fiscal. Na pactuação, todos os secretários de saúde concordaram com a contratação e agora passados mais de 60 dias as ambulâncias continuam paradas”, afirma Pedro Paschoal.

Uma ambulância do Samu de alta complexidade veio do Alto Acre durante a noite trazendo um paciente para a capital com uma simples fratura de dedo no pé. O período das outras ambulâncias paradas pode significar vidas que podem deixar de ser salvas, informam os profissionais de saúde.

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