O papa Francisco elogiou a paternidade e a adoção, em sua primeira audiência do ano, e lamentou que os animais de estimação às vezes tomem o lugar dos filhos. “Hoje, com a orfandade existe um certo egoísmo. Outro dia, eu falava sobre o inverno demográfico que existe hoje. Se vê que as pessoas não querem ter filhos ou têm um e acabou. Muitos casais não têm filhos porque não querem ou tem um só e chega, mas têm dois cachorros, dois gatos que tomam o lugar dos filhos. Sim, é engraçado, entendo, mas é a realidade. Renegar a paternidade e a maternidade nos diminui, tira a nossa humanidade”, afirmou o sumo pontífice em sua primeira audiência geral do ano, na sala Paulo VI.
Francisco fez os comentários exatamente no contexto de sua análise do papel de São José, que assumiu a condição oficial de pai de Jesus. “Vivemos uma época de orfandade notória”, disse. Conforme destacou na sequência, “não é suficiente pôr um filho no mundo para dizer que também somos pais ou mães”. “Não se nasce pai, se torna. E não se torna pai apenas porque se colocou no mundo um filho, mas porque se cuida responsavelmente dele. Sempre que alguém assume a responsabilidade pela vida de outra pessoa, em certo sentido exerce a paternidade a seu respeito”, disse em referência à carta apostólica Patris Corde, em que proclamou o ano de São José em 2021.
Adoção
Foi quando o papa entrou na questão da adoção. “Todos aqueles que se abrem a acolher a vida através da via da adoção é um comportamento generoso, bonito. José nos mostra que esse tipo de vínculo não é secundário, não é uma alternativa. Este tipo de escolha está entre as formas mais elevadas de amor e de paternidade e maternidade”, disse. “Quantas crianças no mundo estão à espera de alguém que cuide delas! E quantos cônjuges desejam ser pais e mães, mas não conseguem por razões biológicas; ou, embora já tenham filhos, querem partilhar o afeto familiar com quantos não o têm. Não devemos ter medo de escolher o caminho da adoção, de assumir o ‘risco’ do acolhimento.” Por fim, elogiou as instituições que colaboram nos processos de adoção. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS).
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.