27.3 C
Juruá
sexta-feira, abril 19, 2024

“Temos que replantar”, diz jovem Apiwtxa, de Marechal Thaumaturgo

Por

- Publicidade -

Às margens do Rio Amônia, perto da fronteira do Brasil com o Peru, no estado do Acre, está a aldeia Apiwtxa, do povo indígena ashaninka. A aldeia fica a cerca de duas horas e meia de distância em barco pelo rio, quando o nível da água permite, desde o município de Marechal Thaumaturgo, certificado pela edição 2017-2020 do Selo UNICEF por impulsionar políticas públicas para crianças e adolescentes. Lá, é onde nasceu e vive Poyowari Piyãko, de 19 anos.

Foto mostra jovem sentado em uma rede tocando violão. Ele usa pinturas indígenas no rosto.,

A rotina de Poyowari na aldeia é parecida com a de muitos jovens. Ele está terminando o ensino médio na escola do local, trabalha como jovem aprendiz na comunidade e gosta de tocar violão no seu tempo livre. E, agora, ele também faz parte do Núcleo de Cidadania de Adolescentes (Nuca), iniciativa do Selo UNICEF no município.

Apesar de estar distante do município de Marechal Thaumaturgo para participar dos encontros do Nuca, Poyowari acompanha as discussões do grupo e participa sempre que pode. Sua participação já proporcionou diversas trocas de experiências entre os jovens indígenas e da zona urbana do município, como um “intercâmbio” que levou jovens da cidade a conhecer a realidade da aldeia. “A gente debate sobre os projetos que queremos fazer pros jovens de Marechal Thaumaturgo, também indígenas daqui e de outras comunidades. É importante porque os jovens vão ser nosso futuro, e precisamos começar desde agora ensinando o que devem fazer”, diz.

Foto aérea mostra a floresta, a aldeia e o rio

Um dos temas com que jovens participantes do Nuca poderão se engajar, discutir e pensar ações na edição 2021-2024 do Selo UNICEF será mudanças climáticas. Na aldeia de Poyowari, ele já tem percebido as consequências de muitas delas. “No verão, faz mais calor do que antes, está se estendendo por um tempo maior. Antes o rio ficava seco, mas não tanto como agora. Isso por causa das mudanças climáticas, das queimadas. Aqui na região existem muitas queimadas, pessoas derrubando [árvores] para fazer campo de gado”, conta.

Foto aérea mostra a floresta, a aldeia e o rio

Para ele, ainda há uma forma de mudar essa situação: “Começando pela floresta, tem que replantar”, explica. Agora, participando do Nuca, ele espera que os adolescentes e jovens de Marechal Thaumaturgo também possam aprender a cuidar do que eles têm. “A gente vive na natureza; sem ela, morremos. Sem o ar, morremos sufocados. Tem que ser de cada pessoa pensar uma coisa positiva, nós todos temos que saber o que fazer. Não é só derrubar, não é só matar. Temos que plantar novamente, para no futuro ter um fruto para a gente”, completa Poyowari.

  • Fonte: UNICEF.
- Publicidade -
Copiar