A Justiça do Acre marcou para o próximo dia 10 o júri popular do ex-agente penitenciário Ivanhoé de Oliveira Lima, acusado de decapitar a companheira Larissa Aurélia da Costa Silva, de 17 anos, e deixar a cabeça na casa da mãe dela. O crime ocorreu em fevereiro de 2020 em Rio Branco.
O julgamento está marcado para ocorrer na 2ª Vara do Tribunal do Júri e Auditoria Militar. Ivanhoé Lima será julgado por homicídio com as seguintes qualificadoras: motivo torpe, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio.
“É um caso de repercussão e complexidade. O réu é confesso e a defesa trabalha na busca por uma pena justa e a retirada de qualificadoras tecnicamente indevidas. Além disso, o réu apresenta perturbação mental comprovada nos autos, o que também entendemos que deve ser pesado na avaliação dos jurados”, explicou o advogado do acusado, Mário Rosas.
Larissa Aurélia da Costa Silva foi morta a facadas e depois decapitada, no bairro Jorge Kalume, em Rio Branco, no dia 21 de fevereiro de 2020. Não satisfeito, o homem ainda levou a cabeça da vítima até a casa da mãe dela.
Audiência
Em janeiro de 2021, o ex-servidor público participou de uma audiência de instrução e ao menos quatro testemunhas foram ouvidas. Na época, a Defensoria Pública, que fazia a defesa do acusado, disse que na primeira audiência foi pedido ao juiz laudo de insanidade mental e que esse pedido foi deferido pelo juiz Alesson Braz.
Segundo a defesa do acusado, o exame apontou que Ivanhoé Lima sofre de perturbação mental em razão do consumo de álcool e droga.
Ivanhoé Lima foi preso no mesmo dia do crime, no bairro Tangará, também na capital, após denúncias anônimas no Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp). Ele foi achado consumindo bebida alcoólica com outras quatro pessoas, sentado na arquibancada de um campo de futebol.
Antes de ser posto em segredo de justiça, o ex-agente penitenciário confessou o crime, disse que primeiro esganou a menina, depois decapitou e jogou a cabeça na frente da casa da mãe dela.
No celular de Lima tinha ainda imagens dele agredindo a adolescente. Perguntado sobre o que motivou o crime, ele permaneceu em silêncio e disse que ia resguardar o direito de falar apenas em juízo.
O ex servidor público tinha sido nomeado no dia 6 de setembro de 2010 ao então cargo de agente penitenciário. Ele acabou demitido em fevereiro de 2013 por improbidade administrativa.
O Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC) informou que o motivo da demissão foi ele ter entrado no presídio com fermento biológico – que é usado na fabricação de bebida artesanal conhecida como ‘maria louca’.
- Por G1 Acre

