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sexta-feira, abril 26, 2024

Apesar de cortes nos salários, servidores do INSS no Acre decidem manter paralisação

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Em greve a cerca de um mês, quando aderiram à paralisação nacional dos servidores públicos federais, que busca, dentre outras coisas, reposição das perdas inflacionárias e concurso público para contratação de pessoal, os servidores do INSS sofreram, neste final de mês, um duro golpe do governo federal, que mandou efetuar descontos nos salários dos grevistas referentes aos dias de paralisação.

Segundo José Margarido, um dos líderes do movimento no Estado, o governo se utiliza de uma atitude baixa e ilegal, haja vista que sofrer cortes nos rendimentos em um momento de inflação em alta repercute drasticamente na vida dos servidores, e além do que, o movimento nem foi julgado pela justiça relativo à sua legalidade.

“O principal objetivo do governo foi desestabilizar o movimento, para que ele perca força, e assim coagir servidores a retornar às atividades, aceitando todas as decisões de forma unilateral, sem que seja dada a oportunidade da categoria se manifestar.

O Governo chegou a ventilar um aumento linear de 5% para todo o funcionalismo público federal, percentual considerado irrisório pela categoria, que encontra-se sem qualquer tipo de reajuste a mais de cinco anos.

“Isso representaria uma reposição de 1% ao ano, que corresponde a cerca de 70 reais, que hoje não compraria nem um botijão de gás.” – Ressalta o servidor.

Desde o início do movimento, o comando nacional da greve tentar forçar uma mesa de negociação para discutir a pauta de reivindicações, mas tem encontrado grande resistência por parte do governo, que prefere adotar medidas autoritárias, como a questão dos descontos nos salários, além de tentar jogar a opinião pública contra os grevistas.

Mas o líder do movimento afirma que, apesar de toda pressão, recuar no presente momento significa suicídio, pois ele considera a greve uma das últimas tentativas de impedir o desmonte que vem acontecendo no INSS nos últimos anos, que sofre com falta de investimentos em equipamentos, em tecnologia, em pessoal, sendo que isso tem gerado prejuízos irreparáveis para milhares de trabalhadores brasileiros que necessitam dos serviços da Previdência Social.

O servidor acrescenta que a greve é legítima, é legal! Está prevista na Constituição Federal, em seu artigo 9º, que assegura aos trabalhadores o direito de greve como meio de defender seus interesses. A Carta Maior também prevê a revisão dos salários para proteger o poder aquisitivo remuneratório do servidor público, baseando-se na premissa de que tais agentes públicos dependem destes vencimentos para pagamento de seus débitos pessoais e suas despesas regulares de vida.

“Então, a única resposta a essa medida arbitrária do governo é nos manter em greve. Não somente isso, mas fortalecer o movimento, buscando apoio da sociedade civil, da classe política, da imprensa, e denunciando a realidade caótica em que se encontra o INSS hoje.” – Finaliza José Margarido.

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