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sexta-feira, abril 26, 2024

1° Dia Municipal da Fibromialgia: cruzeirense explica como é viver com a síndrome

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A lei N°914/2022 institui o dia 12 de maio como o Dia Municipal da Fibromialgia em Cruzeiro do Sul. Além disso, a lei assegura o direito de a pessoa acometida com a doença receber atendimento preferencial nos estabelecimentos comerciais, órgãos públicos e empresas privadas no município. Para ter direito ao atendimento prioritário, o paciente precisa solicitar uma carteira junto a Secretaria Municipal de Saúde de Cruzeiro do Sul.

A síndrome da fibromialgia (FM) se manifesta com dor no corpo todo, principalmente na musculatura. Além da dor, a doença se apresenta com sintomas de fadiga, sono não reparador e outros sintomas como alterações de memória e atenção, ansiedade, depressão e alterações intestinais. Uma característica da pessoa com FM é a grande sensibilidade ao toque e à compressão da musculatura pelo examinador ou por outras pessoas. De cada 10 pacientes com fibromialgia, sete a nove são mulheres. O diagnóstico é clínico, isto é, não se necessitam de exames para comprovar que ela está presente.

Lucilene Vasconcelos da Silva, é uma professora aposentada de 55 anos que a mais de três anos foi diagnosticada com fibromialgia. Ela conta que sentia muitas dores e fez diversos exames diferentes que sempre davam negativo, a partir disso, o médico chegou ao diagnóstico de fibromialgia. “O médico do exército não sabia o que fazer, porque eu sentia muitas dores, eu melhorava com o remédio, mas não passava. Eu fui encaminhada para me consultar com a reumatologista em Porto Velho e de lá veio o diagnóstico de fibromialgia. Agora eu faço acompanhamento todos os anos”, explicou.

Lucilene conta que consegue controlar suas dores com a ajuda de remédios e exercício físicos. “Fibromialgia não tem cura, mas temos que aprender a lidar com ela. Eu me cuido, tomo remédios, caminho, faço crosspilates e isso me ajuda muito”, disse.

Além das dores, a professora conta que em alguns dias é acometida por febre e isso acaba desenvolvendo um quadro de estresse. “É uma doença muito ruim, sinto muita dor. Às vezes a gente nem sabe que tem, o meu conselho é que, aqueles que podem, procurem um médico especialista”, destaca.

Sobre a lei N°914/2022 sancionada pelo prefeito de Cruzeiro do Sul, Zequinha Lima, que dá direito aos pacientes de fibromialgia utilizarem as filas presenciais, Lucilene conta que gostou muito, pois ela não consegue ficar muito tempo em pé sem sentir dor e cansaço. “Eu achei muito bom, porque eu não consigo ficar muito tempo em pé, sinto minhas pernas cansadas e doendo. E quando a gente pede as pessoas para permitirem passarmos, elas não entendem”, relatou.

A professora aposentada aproveitou a oportunidade para parabenizar a Prefeitura pela iniciativa de criar o Dia Municipal da Fibromialgia. “Eu fico muito grata e parabenizo a prefeitura está dando atenção a essa doença. É tão bom quando o poder público demonstra se importar com a população. A minha filha me falou da carteirinha, eu fui até a Secretaria Municipal de Saúde e fui muito bem atendida. Eu aconselho que as pessoas busquem logo fazer a sua carteira, pois demora alguns dias para receber”, aconselhou.

Para Lucilene, o poder público deveria trazer um médico reumatologista para Cruzeiro do Sul, assim as pessoas não precisariam mais se deslocar do município para fazer o tratamento. Além disso, ela acredita que um auxílio seria de grande ajuda, já que este é um tratamento caro. “Tem muita gente que precisa e não tem condições. Para fazer um tratamento de fibromialgia é muito caro, até porque aqui não tem médico”, disse.

Apesar de está acometida com uma síndrome incurável, a cruzeirense diz ter muita fé no tratamento a qual se submete. “Eu fiquei muito triste no início, minha família também. É horrível você ter uma doença e saber que não tem cura, eu chorei e tive muito medo de morrer. Nós oramos muito e eu ainda estou aqui, firme e forte para a glória de Deus”, finalizou.

  • Por Emily Vitória, dO Juruá em Tempo.
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