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sexta-feira, abril 26, 2024

Deputados vão ao Pronto Socorro ver in loco situação da ala pediátrica e constatam caos; cúpula da Sesacre será convocada para ir à Aleac na terça

Por Assessoria de Comunicação.

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Uma comissão da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), formada pelos deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB), Jenilson Leite (PSB), Daniel Zen (PT), Neném Almeida (Podemos) e Jonas Lima (PT), esteve na manhã de hoje (12) no Pronto Socorro de Rio Branco para verificar in loco a questão da falta de leitos pediátricos de UTI.

A situação encontrada pelos parlamentares é caótica. Faltam medicamentos básicos como dipirona injetável, dramin injetável, sulfato de magnésio, sulfato de salbutamol [aerolin]. Todos medicamentos utilizados para estabilizar os pacientes. O relato do pediatra Gibson de Souza Moura mostra bem a situação da ala pediátrica do Pronto Socorro.

“Com o nosso clima, tem piorado bastante o quadro respiratório na nossa região. A nossa unidade, Pronto Socorro, está sendo sobrecarregada de atendimentos, tanto de urgência e emergência, mas os ambulatórios. Toda a população está vindo pra cá e diante disso a unidade precisa dar um suporte. No meu caso, neste momento estou sozinho e não é cabível. O Conselho Regional de Medicina (CRM) disse que não era para deixar apenas um plantonista. No momento, não tem nenhum outro colega comigo. Está tendo muitas intercorrências, muitos quadros graves que necessitam de um suporte maior e avançado”, disse o médico.

Gibson Moura relatou aos deputados que “quase todos os dias têm crianças graves precisando de uma UTI, de uma semintensiva. Não temos todas as medicações, todos os insumos. Hoje, não tem dipirona, não tem tramol, não tem sulfato de magnésio. Muitas vezes precisamos entrar com o sulfato de magnésio nesses casos graves: espasmos graves, pneumonias. A maioria do suporte que a gente vai dar nessas crianças é entubar. Tem que colocar o tubo e esperar uma vaga na UTI para dar uma estabilizada no paciente. A situação está ficando ruim”, pontuou.

Diante do relato cirúrgico do profissional médico, o deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) disse que a cúpula da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) e do Pronto Socorro de Rio Branco devem comparecer à Assembleia e dar explicações sobre o caso.

“O problema é gravíssimo. Nós encontramos profissionais dedicados e angustiados. Ausência completa de medicação básica e mães e pais desesperados. Nós não temos outra coisa a fazer a não ser colocar isso como prioridade das prioridades na ordem do dia da Assembleia Legislativa. O Estado precisa agir rápido, com pulso firme para que as crianças não continuem morrendo. É essa a situação que estamos vivendo neste momento no Estado do Acre. O momento é de urgência, não dar para aguardar”, disse Edvaldo Magalhães.

Já o deputado Daniel Zen (PT) afirmou que o cenário visto “é de cortar o coração”. “A ausência de medicamentos considerados básicos como o medicamento antivômito, como o dramin, medicamento para dor e febre como a dipirona, que são básicos para este problema. É uma gripe muito forte que ataca os pequenos. A quantidade de leitos e de profissionais, que pese a dedicação dos profissionais que estão trabalhando, a quantidade de leitos é pequena. O Estado demorou para tomar decisões tocante a reabertura de leitos no Into”, disse Zen.

Jonas Lima (PT) cobrou providências diretas ao governador Gladson Cameli, que cumpre agenda na Suíça. “Preste a atenção, governador. O senhor que diz que é humano, que cuidou da pandemia. Cuide da nossa população. Das nossas crianças, a base da família. As mães estão pedindo socorro. Sabe o que é socorro? De abraçar o deputado e pedir: me ajude!”, disse.

O deputado Jenilson Leite (PSB) pontuou que a falta de medicamentos é o retrato de “um governo que tem dificuldade para se planejar. Tem dificuldade para poder pensar as suas ações. Apesar de que o governo foi avisado pelas instituições como a Fiocruz do aumento das doenças respiratórias. Deveria ter se preparado com tempo para isso. No meio de uma crise como essa, a gente chega no principal hospital de urgência e emergência e está faltando o básico, que é a dipirona e o dramin”, disse Jenilson.

Neném Almeida ressaltou que “o governo não faz a sua parte” e destacou: “nós na Assembleia vamos dar o nosso recado e denunciar esse absurdo que encontramos neste domingo de manhã”.

Em menos de 2 meses, 9 crianças vieram a óbito no Acre por conta da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). No último dia 8, o bebê Théo Dantas, de apenas 10 meses faleceu em decorrência da doença. Ele aguardava uma vaga na UTI, porém os 9 leitos de UTI, voltados para a pediatria, disponíveis no Pronto Socorro estavam ocupados.

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