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quinta-feira, abril 25, 2024

Governo pressiona conselheiro a renunciar na Petrobras

Por redação.

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O governo Bolsonaro quer que a mudança de diretoria na Petrobras seja resolvida nesta semana. E tem trabalhado para isso com as armas que possui. E não são poucas: a União é a controladora da estatal e está usando esta condição para impor sua vontade.

Na semana passada, um integrante do governo pressionou Ruy Schneider, integrante do conselho de administração e almirante da reserva, a renunciar.

A saída de Schneider é fundamental para que seja executado um plano de voo que anteciparia para esta semana as mudanças na diretoria, com a nomeação de Caio Paes de Andrade para a presidência da Petrobras.

O emissário de Jair Bolsonaro foi conversar com o conselheiro por sua condição de almirante da reserva e por ele ser também presidente do conselho da Eletrobras.

Schneider ficou de pensar. Mas já foi convocado para uma nova reunião em Brasília, que será realizada nos próximos dias. A pressão só cresce. Para o plano do governo funcionar, poderia ser, claro, outro conselheiro a renunciar, mas o fato é que a conversa foi diretamente com Schneider.

E qual é, afinal, esse plano? O ponto de partida seria a convocação pelo controlador (ou seja, o governo) de uma assembleia extraordinária do conselho que demitiria o presidente da Petrobras, José Mauro Coelho.

Votos para isso o governo tem: dos onze conselheiros, seis foram indicados pelo Palácio do Planalto. Mas é possível que José Mauro Coelho, que além de presidente é também conselheiro da Petrobras, não queira votar a favor de sua própria destituição. Neste caso, já existem pelo menos dois conselheiros dispostos a votar a favor dessa proposta.

Um deles, é o investidor Juca Abdalla, o maior investidor pessoa física da estatal. Ele é dono de 2% da Petrobras.  Diz Abdalla:

— Se o capitão precisar de apoio para estancar essa sangria, eu darei.

Com esses seis votos, Paes de Andrade seria alçado a diretor, assumiria interinamente a Petrobras e já começaria a tocar a empresa enquanto o processo seguiria o seu curso até ser concluído no prazo entre dois e três meses. Poderia, se for o caso, já mudar toda a diretoria.

  • Por Lauro Jardim, do jornal O Globo.
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