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sexta-feira, abril 26, 2024

Jornalista e indigenista desaparecidos tinham relações com o Vale do Juruá; Francisco Piyãko lembra e pede justiça

Por Redação O Juruá em Tempo.

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O jornalista britânico Dom Philips, desaparecido no Vale do Javari, Amazonas, visitou a comunidade Ashaninka da Apiwtxa, no município de Marechal Thaumaturgo, Acre. Lá, esteve colhendo informações para o livro que vinha escrevendo sobre a conservação da Amazônia.

O líder indígena do povo Ashaninka, Francisco Piyãko comentou em suas redes sociais, o desaparecimento de Dom Phillips e do indigenista da Funai, Bruno Pereira, com quem trabalhou na instituição.

“Dom era uma pessoa com muita sensibilidade, vinha realizando um trabalho excelente em divulgar nossas lutas, isso não faz mal a ninguém. Esperamos que o estado brasileiro não deixe impune uma situação como esta”, disse.

Embora poucos saibam, o vale do Javari tem proximidade com o Juruá. O principal formador do Javari é o rio Jaquirana, que nasce na Serra do Divisor e demarca a fronteira entre Brasil e Peru. Alguns dos povos do Vale do Javari, como os Marubo, vêm a Cruzeiro do Sul para tratamentos de saúde ou para continuar os estudos. Por essa razão, há também uma proximidade e trabalhos conjuntos realizados entre a Funai e órgãos indigenistas do Javari e Juruá. Contudo, a área do Vale do Javari é considerada maior que Portugal, onde vivem cerca de dez mil indígenas de dezenas de povos diferentes.

“Conheço Bruno quando estive como assessor da presidência da Funai e andamos todo vale do Javari. Naquele momento deu para sentir o compromisso dele com essa região”, disse Francisco Piyãko.

Resta ainda uma confirmação oficial por parte da PF que examina material biológico encontrado. Já há pelo menos uma pessoa presa, suspeito pelo desaparecimento. Amarildo da Costa de Oliveira, de 41 anos, foi preso com drogas e munição de uso restrito.

Bruno e Dom Philips iriam visitar um programa de vigilância territorial de uma comunidade indígena. Lideranças indígenas e indigenistas acusam o presidente Jair Bolsonaro de facilitar a ocorrência de crimes ambientais, de desmonte dos órgãos de proteção e de incentivar a ação ilegal de madeireiros, caçadores e garimpeiros.

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