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sexta-feira, março 29, 2024

No Acre, alunos de escola pública desenvolvem biodigestor que substitui gás de cozinha

Por redação.

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Alunos da escola João Calvino, em Rio Branco, desenvolveram o projeto “Biomassa: transformando e sustentando vidas para o amanhã”, resultando na criação de um biodigestor que produz um gás, uma alternativa para substituir o tradicional gás de cozinha.

Desde o ano de 2013 a instituição de ensino fundamental II e médio, Escola Presbiteriana João Calvino, têm incluído na grade escolar a ciência, tecnologia, meio ambiente e sociedade. O objetivo é levar os estudantes a entender a ciência e ensiná-los a utilizá-la no dia a dia, no que diz respeito ao meio ambiente, e levem respostas à sociedade.

Os alunos do 2º ano do ensino médio desenvolveram um biodigestor, que diminui o custo com o gás de cozinha e aumenta a sustentabilidade. O projeto aproveita os dejetos orgânicos descartados no meio ambiente. Em uma câmara hermética, local onde são acumulados resíduos vegetais e excrementos de animais, através de um processo natural de bactérias presentes nesses dejetos, são decompostos e transformados em biogás e em fertilizante.

“Nossos alunos desenvolveram um biodigestor para a produção de gás de cozinha visando futuro desenvolvimento de um protótipo para atender comunidades carentes em relação ao consumo do gás de cozinha. A ideia é desenvolver pequenos fogões à base do biodigestor e utilizando resto de matéria orgânica ou próprio lixo orgânico”, explica o professor de física Paulo Cezar, um dos responsáveis por monitorar o projeto. Cícero Nascimento também orienta os alunos.

A expectativa é que o biogás entregue o mesmo que um gás de cozinha, que no Acre está custando cerca de R$ 130, um dos mais caros do país. Com o biodigestor de custo baixo, os estudantes aproveitam os resíduos da escola para uma economia sustentável. O sistema desenvolvido apresenta um tambor para compostagem da matéria orgânica; sistema de dois filtros um para eliminação de gases nocivos (mistura de soda cáustica + água) e o outro filtro é formado por palha de aço, para eliminação do gás sulfídrico.

Alternativa

“A ideia do biodigestor partiu do momento que nossos alunos foram inscritos no Prêmio Respostas para o Amanhã ( Prêmio Samsung 2022 ), que trata justamente do contexto ciência, tecnologia, meio ambiente, e procurou- se relacionar um problemática atual, que é o alto custo do gás de cozinha para famílias carentes”, destacou o professor.

Segundo ele, o projeto é de grande relevância no que diz respeito a busca de fonte de energia barata, não agressiva ao meio ambiente e principalmente, usando o próprio lixo orgânico para produção tanto do gás, bem como um fertilizante orgânico.
Todo o processo de criação durou de 3 a 4 meses. Rayssa Cordeiro; Rafaela Mota; Ana Carolina Ramos; Jhilklin Albuquerque e Shara Rodrigues fizeram parte do projeto.

O resto de merenda escolar também é utilizado para produzir o gás, que atualmente é usado na cozinha. A redução com esse gasto virou cidadania, já que os alunos usaram o dinheiro para comprar cestas básicas.

“Essa compostagem dura, em média na produção do gás, uns 3 meses, e somente se faz necessário o acréscimo de matéria orgânica para continuar produção do gás. Pensando – se em custos, a produção estaria entre R$ 400 à R$ 500 reais por protótipo. S pensar em durabilidade, aí teríamos no mínimo uns 3 anos com o mesmo protótipo, só trocaria as palhas de aço, que custa quase nada. Ao todo, ao usar o método sustentável na escola, os alunos conseguiram distribuir 90 cestas básicas para famílias carentes de Rio Branco. “E vamos construir um reservatório de 1.000 litros para uso em definitivo na cozinha para produção de merenda”, diz o professor.

Cidadania

Uma das envolvidas no projeto é a aluna de 16 anos, Rayssa Cordeiro. Para ela, esse tipo de proposta no âmbito escolar é de grande importância não só para a educação em si, mas também na sua formação como cidadã.

“Buscamos na área científica e no desenvolvimento de projetos destacarmos o enfoque CTS (ciência, tecnologia e sociedade), acima de tudo, buscando entender e interagir com os problemas do cotidiano de nossas comunidades, levando soluções para problemas ao qual estamos inseridos como indivíduos. E nesse processo levamos cidadania ao alcance de todos, buscamos produzir conhecimento científico que realmente mude a vida das nossas comunidades para melhor”, destaca.

Segundo ela, iniciativas como essa levam alternativa e consciência ambiental para os alunos. “Existem pessoas em nosso cotidiano que precisam de nossa ajuda social e com projetos assim podemos mudar vidas, procuramos respostas para o amanhã de nossas comunidades”, finaliza.

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