No dia 14 de outubro o Governo do Acre revogou, através de um decreto, a criação do Pacto Acre Sem Covid, onde determinava as regras e funcionamento do Comitê de Acompanhamento Especial da Covid-19, assim, os boletins de novos casos da doença passaram a ser divulgados semanalmente. Mas, desde o último dia 17 de novembro, os informativos voltaram a ser diários, visto o aumento no número de casos. Em apenas 10 dias, o Acre registrou 1.127 novos casos da doença.
Neste domingo (27), foram registrados 90 casos, subindo para 153.685 o número de infectados no Acre. Não houve registro de mortes, dessa forma 2.029 pessoas perderam a vida para a doença no estado.
Desde o início da pandemia, o estado acreano registrou 360.470 casos, sendo que 206.764 foram descartados e 21 exames de RT-PCR aguardam análise do Laboratório Central de Saúde Pública do Acre (Lacen). Pelo menos 150.232 pessoas já receberam alta médica da doença.
Por conta desse aumento, durante uma entrevista divulgada nesta segunda-feira (21), um representante da Saúde voltou a recomendar o uso de mascaras em locais fechados.
Os meses mais letais no estado foram março e abriu de 2021, quando foram registradas 254 e 267 mortes pela doença. Neste ano, o mês que registrou mais mortes foi fevereiro, com 100 óbitos. Foi também em fevereiro deste ano que tivemos o maior registro de casos novos da doença, chegando a 19.323 casos novos – o maior registro desde o início da pandemia.
A taxa de contaminação no estado é de 16.946 para cada 100 mil habitantes. Já a de letalidade está em 224 para cada 100 mil habitantes. O índice de letalidade está em 1,3%.
841.771 moradores do Acre estão aptos a tomar a vacina contra a Covid-19, desse número, 145.152 ainda não tomaram a primeira dose. Os dados são da Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre), que tem reforçado a campanha de vacinação após o estado acreano voltar a registrar casos da doença.
Eduardo Farias, médico infectologista, disse que a cobertura vacinal precisa ser ampliada. “Se você tem uma população bem vacinada, você tem o que a gente chama de uma boa barreira imunológica coletiva”, aponta.
O especialista ressalta que os cuidados preventivos adotados desde o início da pandemia seguem válidos para esse momento.
“Os protocolos que já são conhecidos e que estão sendo aplicados no Brasil e no mundo, são ainda muito eficazes e necessários nesse momento. O uso de máscaras, que sejam adequadas, cubra a boca, nariz e queixo, essas máscaras funcionam como barreiras físicas para o vírus, mas também [é importante] evitar aglomerações, evitar locais fechados, evitar também estar próximo de pessoas confirmadas com Covid, e acima de tudo a higienização das mãos com álcool em gel ou álcool 70%, ou até mesmo com água e sabão. São medidas simples, mas eficazes, e foram comprovadas.”, aponta.
Segundo o epidemiologista Jesem Orellana da Fiocruz-Amazônia, o atual momento ainda requer atenção e a vacinação é a única forma de evitar piores cenários já vivenciados. “Manter o esquema vacinal completo é algo fundamental, principalmente quando estamos falando de uma doença como a Covid-19 que já matou milhões de pessoas pelo mundo. É hora de entender que essas vacinas não fazem mal, muito pelo contrário, elas protegem, e por elas saímos daquele cenário trágico que vivemos ao longo de 2020 e 2021”, destacou.
Com o descobrimento da variante Ômicron BQ.1 circulando no país, o epidemiologista destaca que a forma mais eficaz de evitar a propagação da nova variante é a imunização em massa.
“Infelizmente a imunidade contra o novo coronavírus vai diminuindo ao longo do tempo. E, por isso, é necessário tomar uma, duas, três ou quantas doses de reforço forem necessárias. Sobre as variantes e subvariantes, principalmente da Ômicron, as vacinas continuam funcionando muito bem, independente de terem sido fabricadas com as informações das novas variantes”, completa Orellana.

