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domingo, maio 12, 2024

Cantor que gravou música com Alok faz show no Acre com releituras da MPB que remetem à ancestralidade

Por g1.

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Hugo Pantoja estreou no cenário musical no ano passado ao lado de nada mais e nada menos do DJ Alok. Conhecido no meio artístico como Ixã, ele fez turnê com o DJ pelo país inteiro ao mostrar a música ‘Meu Amor”, que já atingiu, segundo ele, mais de 9 milhões de acessos em plataformas digitais. Agora, ele se prepara para fazer seu primeiro show acústico em Rio Branco, fazendo releituras de clássicos da MPB com instrumentos que resgatam a ancestralidade.

No show “Ixã Acústico”, que ocorre neste sábado (5), no Sesc Centro, em Rio Branco, o artista promete interpretar grandes sucessos da MPB, mas mostrando a influência indígena e a conexão com a ancestralidade.

“Preparei uma releitura de músicas da nossa MPB, de grandes autores, como Milton Nascimento, Djavan, Alceu Valença, e fiz algumas releituras usando instrumentos que nos conectam com nossa ancestralidade, como o tambor, mas também trouxe elementos que traz a contemporaneidade como guitarra e baixo. Isso para resgatar essa fusão de ancestral com o contemporâneo. Um show preparado para ser uma noite muito leve, romântica e muito emocionante. Estou muito emocionado em trazer esse show e tocar em casa”, diz.

Os ingressos são vendidos por lote desde R$ 15 a R$ 60. E, a organização, ainda pede mais um quilo de alimento não perecível, exceto sal, que serão doados para o Projeto Social do Centro Huwã Karu Yuxibu – que tem como objetivo fortalecer a Identidade Cultural do Povo Huni Kui.

O projeto é encabeçado pelo padrasto do cantor, Mapu Huni Kui, que é uma liderança indígena do povo Huni Kui e que mantém esse projeto voltado para indígenas que vivem em vulnerabilidade no contexto urbano. Segundo Ixã, cerca de 120 pessoas são atendidas atualmente.

Ele disse que sempre teve uma forte influência indígena, o que foi muito importante para o seu desenvolvimento não só como artista, mas também ser humano. “Quero muito mostrar essa coisa de olhar para suas raízes e entender quem você é e saber para onde vai. Isso foi fundamental para o meu crescimento como artista e a musicalidade indígena tem forte influência nisso”, disse.

Ixã ficou conhecido após gravar música com Alok — Foto: Divulgação
Ixã ficou conhecido após gravar música com Alok — Foto: Divulgação

Parceria com Alok

Ixã nasceu em Porto Velho e aos 14 anos passou a viver com o povo Huni Kuî, em Rio Branco por causa da união da sua mãe com o cacique Mapu Kuî. No ano passado, Alok recebeu o povo Huni Kuî quando desenvolvia o álbum “Futuro Ancestral”, inspirado em raízes indígenas, e por isso conheceu Ixã.

Indígenas do Acre, das etnias Yawanawá e Huni Kui, participaram desse projeto do DJ eleito quinto melhor do mundo. Imerso nas raízes sonoras de povos originários brasileiros, o artista produziu o primeiro álbum autoral de sua carreira.

Apesar de não ser indígena, o jovem foi convidado para a parceria musical após o DJ ouvir Ixã cantar durante uma cerimônia.

“Foi uma história que mudou a minha vida, porque ser reconhecido por um cara como o Alok é um presente maravilhoso. O meu padrasto, que é uma liderança indígena do estado do Acre, do povo Huni Kui, escutou uma música do meu padrasto e convidou meu padrasto para gravar um documentário em Belo Horizonte. Passamos uma semana gravando no último dia foi celebrada uma cerimônia de agradecimento e o Mapu pediu para eu tocar, no momento que toquei que aconteceu esse contato, que até o momento eu nem tinha trocado essa ideia com o Alok e ele perguntou se eu não toparia gravar algo com ele no dia seguinte”, conta.

A música logo estourou e Ixã passou a fazer shows ao lado do DJ Alok. “Saí com uma turnê, onde a gente roda por umas 25 cidades, entre sul, sudeste, e ele me levou para programas de TV. A gente conseguiu cada vez mais que essa música alcançasse mais gente e hoje está batendo uns 9 milhões nas plataformas digitais”, disse.

Cantor diz que parceria com o Alok mudou sua vida  — Foto: Divulgação
Cantor diz que parceria com o Alok mudou sua vida — Foto: Divulgação

Por Tácita Muniz, g1 AC. Colaborou Eldérico Silva, da Rede Amazônica Acre.

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