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O fluxo de migrantes na fronteira do Acre com Peru e Bolívia segue em ritmo acelerado e as casas de apoio nas cidades do interior do estado estão lotadas. Em Epitaciolândia, foi instalado um abrigo na semana passada em um antigo hotel e o local chegou a ficar com mais que o dobro da capacidade de ocupação.
Segundo o prefeito de Epitaciolândia, Sérgio Lopes, a casa de apoio na cidade tem capacidade para receber 70 pessoas e, logo que foi instalada, chegou a ficar com 170 migrantes. Essas pessoas estavam em um acampamento improvisado montado em uma igreja católica.
“Nossa capacidade é para 70 pessoas na casa de passagem. Nesse exato momento temos 89, mas serão abrigados mais 20. Contudo, na semana passada chegamos a 170 pessoas abrigadas. Porém muitos já seguiram viagem. O tempo que eles ficam aqui varia muito, alguns seguem viagem com cerca de dez dias e outros permanecem por mais tempo. Estamos trabalhando para agilizar toda a documentação para que eles tenham condições de seguir viagem, pois o Acre não é o destino final deles”, afirmou o prefeito.
Com a nova casa de apoio em Epitaciolândia, o Acre passou a ter quatro pontos de acolhimento a migrantes, onde eles podem tomar banho, se alimentar e dormir e depois seguir viagem. Uma fica em Assis Brasil, outra em Brasileia e em Rio Branco.
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A capacidade das três primeiras casas é para cerca de 50 pessoas. Segundo a coordenadora da Pastoral do Migrante da Diocese de Rio Branco, Aurinete Brasil, que acompanha a situação, em Assis Brasil, o local está com 32 migrantes, em Brasileia com 59 e Rio Branco com 65.
“Nossas equipes se juntaram à equipe da Assistência Social de Epitaciolândia para apoiar no translado e registro, organização do novo espaço no antigo hotel. O Estado também deu apoio nesse translado, com fornecimento de água para beber e alimentos. Nós entramos com doações em carne e alimentos também e teve doação de 100kg de frango da Acreaves, empresa localizada na fronteira de Brasiléia. Houve campanha de vacinação, atendimento de médicos voluntários e prevenção de doenças por meio de saúde bucal. Os migrantes ajudaram bastante para essa mudança de local. Hoje, sem dúvida, essa é a Casa de Passagem de maior referência em organização. Tem muitas coisas boas acontecendo, mas o Estado como um todo ainda precisa avançar, e os municípios precisam ajudar”, afirmou Aurinete.
Campanha solidária
Diante desse cenário, o governo do Acre, por meio da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH), lançou a campanha “Juntos Pelo Imigrante”. O objetivo é arrecadar alimentos para acolhimento dos migrantes nas casas de passagem dos municípios de Assis Brasil, Brasiléia, Epitaciolândia e Rio Branco.
Dentre os itens para arrecadação estão alimentos não perecíveis, fraldas, leite e itens de higiene pessoal. Os locais para doação são as sedes das secretarias municipais de Assistência Social dos três municípios e na sede da secretaria estadual na Avenida Nações Unidas, em Rio Branco, das 7h às 14h.
Segundo a secretária de Assistência Social e Direitos Humanos, Maria Zilmar da Rocha, a campanha é muito importante nesse momento, devido ao crescente número de imigrantes chegando ao Acre e afetando principalmente Epitaciolândia.
“É uma campanha de cunho muito importante. A gente pede também que todos os órgãos do governo do estado possam estar sensíveis a essa causa e nos ajudando a implementar essa ação voluntária de arrecadação de alimentos, de proteínas, kits de higiene e limpeza”, disse em site oficial.
Decreto de emergência
Devido ao grande fluxo de migrantes na região de fronteira do Acre, a prefeitura de Epitaciolândia decretou situação de emergência humanitária no último dia 6 de novembro.
Até então, Epitaciolândia não tinha abrigo e mantinha, junto com a prefeitura de Brasileia, uma casa de apoio que fica instalada em Brasileia. Na época, dezenas de pessoas estavam acampadas de forma improvisada em uma igreja católica na cidade.