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Censo 2022: Mais de 66% da população do Acre se autodeclara parda

Censo 2022: Acre tem mais de 60% da população que se autodeclara parda — Foto: Rede Amazônica Acre

O Acre apresentou variação de 13,1% na quantidade populacional de pessoas pardas entre 2010 e 2022, anos das realizações dos últimos Censos Demográficos. Segundo a pesquisa, que é realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estado tem 66,3% de pardos, o que corresponde a 549.889 pessoas.

Ainda de acordo com o estudo do Censo 2022 divulgado nesta sexta-feira (22), 20 municípios do Acre têm população majoritariamente declarada parda. Além disto, a Região Norte não possui nenhum município com predominância de pessoas brancas no conjunto da população residente total.

Atualmente, o Acre tem 21,4% de brancos, 8,6% de negros, 0,2% de amarelos, 66,3% de pardos e 1,1% de indígenas.

Já sobre a variação positiva por cor ou raça, o Acre teve:

  • 1,7% de aumento da população branca;
  • 67,1% de aumento da população negra (segunda maior população da Região Norte, atrás de Roraima com 86,6%);
  • 13,1% de aumento da população parda (segunda maior do Norte – atrás de RR com 32,1)
  • 80,3% indígena (Segunda maior – atrás do AM com 167,5)

 

No que diz respeito à população amarela, houve variação negativa de -86,5%, sendo a terceira maior, atrás do Amapá com -88,7% e Tocantins com -86,7%).

Tal queda segue um traçado diferente em comparação com os Censos anteriores. Segundo o estudo, o Acre teve a segunda maior variação (396,3%) nos Censos Demográficos de 1991 a 2000 na proporção da população declarada ‘amarela’, ficando atrás somente do Piauí (513,8%). De 2000 a 2010, o Acre teve variação de 688,5%. Já de 2010 a 2022, houve queda, como apontado acima.

Além disto, há, atualmente, dois municípios sem população amarela no Acre: Porto Walter (0%), com cinco pessoas que se autodeclaram desta cor; e Santa Rosa do Purus (0%), com uma.

População residente por cor ou raça em porcentagem no Acre

Municípios Branca Preta Amarela Parda Indígena
Acrelândia 24,8 11,9 11,4 62,7 0,2
Assis Brasil 16,1 4,3 0,2 64,6 14,8
Brasiléia 19,5 6,4 0,1 72,9 1,1
Bujari 20,4 14,7 0,4 64,3 0,2
Capixaba 13,8 9,7 0,4 76,0 0,1
Cruzeiro do Sul 22,9 7,8 0,1 67,4 1,8
Epitaciolândia 18,3 7,8 0,1 73,7 0,1
Feijó 22,0 6,5 0,1 59,6 11,8
Jordão 11,0 5,9 0,1 41,8 41,1
Mâncio Lima 15,2 6,6 0,2 67,3 10,7
Manoel Urbano 15,3 12,5 0,1 64,1 8,0
Marechal Thaumaturgo 16,2 7,2 0,3 58,8 17,4
Plácido de Castro 21,1 9,7 0,2 68,7 0,3
Porto Acre 20,9 13,0 0,3 65,3 0,5
Porto Walter 21,6 5,2 0,0 65,9 7,3
Rio Branco 24,3 9,5 0,3 65,4 0,5
Rodrigues Alves 17,9 7,7 0,4 73,5 0,5
Santa Rosa do Purus 7,7 1,3 0,0 27,7 63,3
Senador Guiomard 18,9 9,1 0,2 71,6 0,2
Sena Madureira 15,7 5,1 0,1 75,3 3,8
Tarauacá 19,0 7,8 0,1 65,4 7,7
Xapuri 17,2 8,0 0,2 74,4 0,2

Cenário Nacional

O estudo do Censo Demográfico 2022 confirma as tendências de alteração do pertencimento étnico-racial da população residente no Brasil apontadas pelas pesquisas domiciliares do IBGE no que tange às populações branca, preta e parda.

Por outro lado, a diminuição do peso das categorias de cor ou raça branca ou amarela também se confirma nos dados censitários: a primeira passando de 47,7% para 43,5%, e a segunda, de 1,1% para 0,4% no período considerado. No Acre, a redução também foi observada.

“Assim, verifica-se a ampliação do peso da população de cor ou raça parda, passando de 43,1%, em 2010, para 45,3%, em 2022; da população de cor ou raça preta, de 7,6%, em 2010, para 10,2%, em 2022; e da população de cor ou raça indígena, de 0,4%, em 2010, para 0,6%, em 2022”, diz.

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