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sábado, abril 27, 2024

Gladson Cameli prestigia casamento que celebra a união entre Puyanawa e Ashaninka

Por Nelson Liano.

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A Terra Indígena Puyanawa, em Mâncio Lima, esteve em festa com o casamento entre os jovens Raine Wenki Piyãko e Rosane Txukukatxi, filhos de importantes lideranças dos povos Ashaninka e Puyanawa. A cerimônia de celebração aconteceu neste domingo, 17, no Centro Cultural da Aldeia.

O governador Gladson Cameli participou do ritual de casamento, que atraiu centenas de indígenas dos dois povos, além de pessoas de diferentes partes do Brasil e do mundo.

Governador com os noivos. Foto: Marcos Santos/Secom

“Quis prestigiar a união de Rosane Puyanawa e Raine Ashaninka porque representa um importante momento para o movimento indígena do nosso estado. Mais que um casamento, quando duas importantes etnias se alinham através do amor de dois jovens, começamos a ter esperança de mudanças na nossa sociedade como um todo”, afirmou Cameli.

A inclusão social dos povos originários têm trazido enormes benefícios tanto para indígenas quanto para a população acreana em geral.

Casamento representa a união de dois povos. Foto: Marcos Santos/Secom

“Os festivais culturais nas nossas aldeias têm gerado um forte turismo etnoecológico para o nosso estado. Isso abre oportunidades não só para os indígenas, mas também para toda uma rede de prestação de serviços com alimentação, transporte e hospedagem. A união entre Puyanawa e Ashaninka amplia as perspectivas de ações também na agricultura e na geração de renda nos municípios de Mâncio Lima e Marechal Thaumaturgo,” refletiu o governador.

O governador fez questão de cumprimentar os noivos e seus parentes.

“Num momento em que temos muitas guerras no mundo, vemos na floresta do Acre dois povos se unindo através da celebração do amor. Essa união é a base para um mundo em que a paz seja o principal propósito entre as pessoas. Desejo à Rosane e ao Raine muita saúde e prosperidade, e que eles possam ser, num futuro próximo, novas lideranças para ajudar no desenvolvimento social, espiritual e econômico de seus povos,” disse Cameli.

Um ritual de celebração do amor na floresta

O casamento entre Raine e Rosane foi conduzido pelo Cacique Joel Puyanawa. Foram trocados entre os noivos símbolos importantes que representam a ancestralidade e a espiritualidade das duas nações indígenas. A vestimenta, os cocares e o urucum para pinturas corporais fizeram parte de um ritual tradicional originário.

“Recebam a bênção do cacique na luz de Deus da união diante do Espírito do Pai Criador. Que cada um dê valor ao amor um pelo outro. O casamento está firmado e marcado com as espiritualidades e as culturas de dois povos,” destacou o Cacique Joel Puyanawa.

Governador frisou que o casamento é um marco importante para a comunidade indigena acreana. Foto: Marcos Santos/Secom

Benki, uma das principais lideranças Ashaninka e pai de Raine, também evocou as bênçãos da ancestralidade aos noivos e aconselhou o jovem casal.

“Este momento é especial para Ashaninka e Puyanawa. Os dois jovens que se casam precisarão assumir a responsabilidade e o compromisso que aqui está sendo firmado para uma nova família. É preciso dar o melhor de vocês. Esta é uma construção de vidas que tornará a união entre nossos povos muito mais forte para enfrentarmos os desafios destes tempos que vivemos,” apregoou Benki.

Rosane Txukukatxi é filha de duas importantes lideranças Puyanawa, Puwe e Vari, que trabalham há muitos anos pelo fortalecimento cultural e espiritual do seu povo.

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