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sexta-feira, outubro 4, 2024

Após confirmação de nove casos, Saúde cria sala de situação para monitorar casos de Doença de Chagas em Cruzeiro do Sul

Por Redação O Juruá em Tempo.

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Após a confirmação de nove casos de Doença de Chagas aguda em Cruzeiro do Sul, interior do Acre, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre) divulgou nesta quarta-feira (31) que criou uma sala de situação em parceria com o município para alinhar as ações e acompanhar os registros da doença.

Além disso, os profissionais de saúde vão passar por capacitação e equipes estão aplicando medidas de controle e prevenção da doença.

“Equipes da Vigilância Sanitária já estão no local realizando busca ativa, ações de vigilância sanitária e inspeção, em todas as etapas da cadeia de produção de alimentos suscetíveis à contaminação, intensificando o monitoramento na região afetada, para identificar novos casos e possíveis focos de transmissão, com coleta de amostras para investigação epidemiológica”, diz parte do comunicado.

A nota da Sesacre diz também que articula com o Ministério da Saúde para que o estoque de remédio usado no tratamento seja reforçado.

Na última terça (30), a Secretaria Municipal de Saúde confirmou que nove pessoas estavam internadas no Hospital do Juruá com o diagnóstico da doença. Um desses pacientes já deixou a unidade e deve seguir com o tratamento em casa.

Há outros cinco casos suspeitos sendo investigados. As 14 pessoas participaram de uma festa de aniversário há cerca de um mês no bairro Miritizal. Os pacientes são parentes e vizinhos e há crianças e adultos, porém, as idades não foram divulgadas.

A suspeita é de que a contaminação possa ter ocorrido após as vítimas tomarem dois vinhos derivados de frutas típicas da região Amazônica: açaí e patuá. 

Confirmação

Após a confirmação do primeiro caso, na última quinta-feira (25), outras pessoas buscaram a UPA com sintomas da doença.

Os casos são acompanhados pela Vigilância Epidemiológica e por médicos infectologistas. “O paciente deu entrada na UPA com febre, dor de cabeça, dor abdominal e na investigação foi feita o exame gota espessa e confirmado o primeiro caso de Doença de Chagas no município”, confirmou o secretário de saúde de Cruzeiro do Sul, Áureo Neto, em entrevista à Rede Amazônica Acre.

A coordenadora regional da Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre), Diani Carvalho, afirmou que os casos são acompanhados por duas médicas infectologistas do Hospital do Juruá. Esses pacientes vão seguir com o monitoramento das equipes de saúde após a alta médica.

Ainda segundo os gestores, os pacientes reagem bem ao tratamento e nenhum deles está com quadro de saúde delicado ou grave. “Geralmente é um tratamento longo, pedimos que a população se atente ao tempo de tratamento, que são dois meses, e exige um comprometimento grande do paciente”, disse a coordenadora.

Sobre a doença

A doença de Chagas é transmitida pelo inseto conhecido como “barbeiro”. Infectado, o inseto ao picar uma pessoa sadia deposita fezes contaminadas no ferimento, permitindo a entrada do parasita Trypanosoma cruzi na corrente sanguínea.

A transmissão pode ser via oral, por meio de alimentos contaminados pelas fezes do protozoário, devido à falta de controle de higiene e de cuidados no momento do processamento. O açaí é um dos principais meios de contaminação.

Sintomas

Na fase aguda, os principais sintomas são:

  • dor de cabeça,
  • febre,
  • cansaço,
  • edema facial e dos membros inferiores,
  • taquicardia,
  • palpitação e dor no peito,
  • e falta de ar.

Como os sintomas iniciais parecem com o de outras doenças, a pessoa deve procurar a unidade de saúde mais próxima para atendimento médico imediato e realizar exames.

O diagnóstico precoce é fundamental nos casos de doença de Chagas, pois quanto mais tempo leva para o paciente iniciar o tratamento, mais danos o parasito causa no organismo, principalmente no coração e sistema digestivo.

Um paciente com suspeita da doença precisa ser logo notificado e imediatamente encaminhado para exame e início do tratamento.

O paciente com Chagas deve receber medicamento específico por dois meses e permanecer sob acompanhamento pelo período de 5 anos na atenção básica municipal e, quando necessário, por especialista cardiologista, infectologista e gastroenterologista.

  • Fonte: g1 AC.
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