Manoel Francisco Pereira de Aguiar, acusado de matar Afatsum Anute, de 31 anos, em fevereiro de 2023 na capital acreana, foi condenado a uma pena de mais de 13 anos de prisão nesta segunda-feira (9) na 1ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Rio Branco.
‘O réu foi condenado pela prática de homicídio qualificado pela tortura conforme decidiu o Conselho de Sentença, estando sujeito, portanto, à pena cominada entre 12 a 30 anos de reclusão”, diz parte da sentença do juiz Bruno Perrotta de Menezes.
Manoel Francisco Aguiar foi preso em flagrante no dia 23 de fevereiro de 2023 após aparecer em um vídeo de câmera de segurança carregando em um carrinho o corpo de Anute, que foi achado em estado de decomposição em um terreno baldio do bairro Distrito Industrial. A 1ª Vara do Tribunal do Júri de Rio Branco aceitou denúncia contra Aguiar em abril.
Além de homicídio qualificado, o acusado tem passagens por furto, ameaça, enquadrada na Lei Maria da Penha, e injúria. Na época, ele relatou à polícia que era usuário de drogas e trabalhava vendendo pipoca. A Justiça negou a ele o direito de recorrer da sentença em liberdade.
A vítima foi encontrada enrolada em um lençol e embaixo de um sofá. No interrogatório na Delegacia de Flagrantes, Manoel Aguiar disse que conhecia Afatsum Anute e que, inclusive, o chamava de Afate e ele frequentava a sua casa.
Na época, o acusado relatou que era usuário de drogas e que usava entorpecentesom a vítima. Ainda segundo o depoimento dele, Afatsum Anute esteve em sua casa no dia 21 de fevereiro e foi embora dizendo que “faria um rolo em um celular” e não voltou mais.
Ao ver o vídeo do homem carregando o corpo no carrinho, o acusado disse que não se reconhecia nas imagens. Porém, ao ser questionado sobre a roupa que usava no vídeo ser a mesma encontrada na casa dele, disse que “não falaria nada que o incriminasse”.
Também foi questionado o fato de terem sido encontradas vestimentas e os documentos da vítima na casa dele e limitou a dizer: “foi achado porque ele vivia lá em casa”. Manoel Aguiar negou tivesse matado a vítima e não souber dizer quem teria feito.
Pelas imagens, cedidas pela Polícia Civil, o homem aparecia em um terreno e se movimentava como se estivesse escondendo algo. Em seguida, sai levando um sofá em uma espécie de carrinho de mão. Segundo explicou o delegado Alcino Júnior, da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), na época, o acusado carregava o corpo da vítima dentro do móvel para jogar em outro terreno.
O delegado Alexnaldo Batista, plantonista da Defla, explicou que, inicialmente, as investigações apontam para um possível acerto de contas por causa de dívidas de drogas. Afatsum Anute foi torturado e tinha algumas perfurações pelo corpo.
- Fonte: g1 AC.